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Política

Renovação do Congresso obrigará futuro presidente a negociar nova maioria

3 out 2014 - 15h44
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O próximo presidente terá que lidar com um Congresso amplamente renovado e no qual os principais partidos perderão espaço, motivo pelo qual até Dilma Rousseff, favorita a ser reeleita, precisará negociar uma nova maioria, segundo as projeções feitas pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP).

Os partidos médios e pequenos ganharão espaço no próximo Legislativo em detrimento das grandes legendas, que elegerão um número menor de parlamentares, mas manterão sua influência, de acordo com a entidade.

"Perante o menor espaço dos partidos tradicionais e da renovação, especialmente na Câmara dos Deputados, o próximo presidente, quem quer que seja, terá que negociar com vários partidos para garantir uma maioria pontual", afirmou nesta sexta-feira à Agência Efe Antonio Augusto de Queiroz, analista do DIAP.

Além do presidente e dos governadores dos 27 estados, os brasileiros elegerão no domingo um terço do Senado (27 cadeiras) e a totalidade da Câmara dos Deputados (513 cadeiras).

Apesar da renovação limitada no Senado, uma vez que 54 senadores ainda têm quatro anos de mandato, na Câmara se preveem grandes mudanças, com o número de partidos com representação saltando de 22 para 28, segundo o DIAP.

Dos atuais 513 deputados, 391 tentarão a reeleição, abaixo dos 407 que tentaram nas eleições de 2010 e dos 445 que quiseram renovar seu mandato em 2006.

Isso permite prever que a taxa de renovação será maior que o 44% registrado em 2010, quando só foram reeleitos 288 dos 407 que disputaram um novo mandato.

Segundo o DIAP, os partidos que apoiam a reeleição de Dilma, que lidera as pesquisas para as eleições de domingo, elegerão 309 deputados, frente aos 340 que têm atualmente.

De acordo com estas projeções, o número de deputados do PT cairá de 88 para cerca de 82, mas, ainda assim, o partido se manterá como primeira maioria.

Já o PMDB, principal aliado do PT e que se manterá como segunda maioria, contará a partir de janeiro com 60 deputados, abaixo dos atuais 72, segundo as previsões.

"Caso seja reeleita, a presidente ainda contará com uma base parlamentar muito consistente, a maior entre todos os candidatos, mas menor do que tinha e insuficiente para garantir a aprovação de emendas constitucionais", explicou Queiroz.

O provável apoio de 309 deputados garante a Dilma mais da metade dos votos na Câmara, mas, levando em conta a tradicional infidelidade partidária, não lhe outorga totalmente os três quintos dos votos necessários para aprovar mudanças constitucionais.

"A governante propôs durante a campanha várias reformas que exigirão mudanças constitucionais, motivo pelo qual terá que negociar com outros partidos. O mais provável é que tente reconquistar o apoio do PTB e do PSB", acrescentou o analista.

O PSB, que durante 12 anos foi aliado do PT, tem agora sua própria candidata à presidência, Marina Silva, enquanto o PTB respalda agora Aécio Neves (PSDB).

Segundo as projeções do DIAP, os partidos que apoiam Aécio elegerão no domingo 160 deputados, acima dos 118 com que contam hoje, enquanto os que respaldam Marina terão 60 parlamentares, frente aos atuais 32.

"Tanto Marina como Aécio contariam com uma base parlamentar muito frágil e, caso assumam a presidência, terão que negociar com vários partidos para alcançar uma maioria", comentou Queiroz.

O analista considera que Aécio tem como opção negociar com o PMDB, majoritário no Senado e segunda maior bancada na Câmara dos Deputados, que sempre se manteve no poder apesar de não apresentar um candidato presidencial há duas décadas.

Por sua vez, o apoio a Marina é uma incógnita, uma vez que, com um discurso no qual defende uma "nova política", disse que não pretende governar aliada a partidos, mas com os "melhores" de cada legenda, concluiu o analista.

EFE   
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