PT critica movimentação militar dos EUA contra a Venezuela
O Partido dos Trabalhadores (PT) se manifestou no sábado, 30 de agosto,contra o envio de forças militares norte-americanas à região do Mar do Sul...
O Partido dos Trabalhadores (PT) se manifestou no sábado, 30 de agosto, contra o envio de forças militares norte-americanas à região do Mar do Sul do Caribe, próxima à Venezuela. O partido considerou o movimento uma ameaça à soberania venezuelana e criticou a possibilidade de intervenção armada no país sul-americano.
A manifestação surgiu após o governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, enviar mais um navio de guerra à costa caribenha no último sábado, 30 de agosto. A embarcação, equipada com tecnologia de defesa aérea e mísseis de longo alcance, atravessou o Canal do Panamá e se uniu a outros sete navios norte-americanos que já estavam na região.
Um submarino de ataque nuclear também integra a frota. Ao todo, 4.500 militares, entre marinheiros e fuzileiros navais, participam da operação. Segundo o governo Trump, o objetivo da missão é combater cartéis de drogas que atuam no hemisfério sul. O presidente norte-americano afirmou que considera o combate ao narcotráfico uma das prioridades de sua gestão.
PT reforça apoio à política externa de respeito à soberania
A nota oficial do PT foi assinada pelo senador Humberto Costa (PT-PE), que ocupa o cargo de secretário nacional de Relações Internacionais do partido. O parlamentar reafirmou o compromisso da legenda com os princípios da diplomacia e do respeito à soberania dos países da América do Sul.
"Não aceitamos ameaças, nem tão pouco atos violentos contra a Venezuela. Nossa região quer permanecer um exemplo ao mundo de convivência pacífica e cooperação", afirmou Costa.
Ele também defendeu que qualquer conflito ou crise política na América Latina deve ser resolvido por meio do diálogo entre as nações, sem a interferência de potências externas.
Para o PT, a movimentação militar dos EUA representa um risco à estabilidade da região e vai contra os princípios da Carta das Nações Unidas, que valoriza a autodeterminação dos povos.
Trump acusa Maduro de liderar cartel e oferece recompensa
Em meio à crescente tensão, o governo norte-americano voltou a classificar o regime de Nicolás Maduro como um "cartel narcoterrorista". De acordo com Washington, o próprio presidente venezuelano chefia uma rede de tráfico de drogas internacional. O governo dos EUA oferece uma recompensa de US$ 50 milhões pela captura de Maduro.
Stephen Miller, chefe de gabinete do presidente americano, afirmou que a operação busca desmantelar organizações criminosas e combater facções que atuam em países da América Latina. Segundo ele, a missão tem caráter preventivo e visa proteger os interesses de segurança dos Estados Unidos.
Governo venezuelano reage com mobilização militar
Em resposta ao aumento da presença militar dos EUA no Caribe, o governo de Nicolás Maduro reforçou a vigilância nas fronteiras com a Colômbia. O objetivo, segundo autoridades venezuelanas, também é o combate ao narcotráfico.
Maduro usou o episódio para fortalecer o discurso nacionalista e mobilizou as Forças Armadas venezuelanas. O presidente visitou bases militares, discursou a favor da resistência do povo venezuelano e incentivou a formação de milícias populares aliadas ao seu governo.Internamente, o regime tenta capitalizar o momento para ampliar o apoio da população, especialmente entre os setores mais próximos ao chavismo.
Ainda na nota, Humberto Costa ressaltou que os países da América do Sul precisam resolver suas questões por meio de diálogo e cooperação.
"Neste momento, é imperativo que prevaleça a serenidade. Ameaças e atos violentos desrespeitam a nossa tradição do diálogo e da construção de soluções pacíficas para os problemas da América do Sul", destacou o senador.