PR: bolsonarista que matou petista em aniversário diz em julgamento que ida a festa foi 'idiotice'
Ex-policial penal Jorge Guaranho foi interrogado no segundo dia de júri em Curitiba
O ex-policial penal Jorge Guaranho, acusado de matar o tesoureiro do PT Marcelo Arruda em 2022 em Foz do Iguaçu (PR), disse na quarta-feira, 12, em depoimento ao Tribunal de Júri, em Curitiba, que agiu por legítima defesa, que está arrependido e hoje percebe que a ida a festa foi uma "idiotice com certeza".
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Segundo o jornal Folha de S. Paulo, Guaranho se recusou a responder perguntas do Ministério Público. Ele respondeu os questionamentos feitos pelos seus advogados de defesa, que tentaram enfatizar os tiros e agressões sofridas pelo ex-policial no local do crime e as sequelas disso, como os projéteis em partes do corpo. A defesa também destacou um laudo que aponta que Guaranho ficou com amnésia pós-trauma.
O crime aconteceu quando Arruda comemorava o seu aniversário de 50 anos em uma festa com símbolos e imagens do PT e de Lula. Durante a festa em que o petista foi assassinado, Guaranho também saiu ferido.
Guaranho afirmou que chegou de carro ao local com a música da campanha do então presidente Jair Bolsonaro e gritou "Bolsonaro mito". Na ocasião, ele ouviu Arruda dizer "cadeia [para Bolsonaro]".
"Foi uma discussão boba", disse Guaranho no tribunal. Ele declarou que Arruda jogou terra na janela do carro dele, onde também estava seu filho. Em seguida, o ex-policial penal voltou para casa, só que percebeu que a terra atingiu seu filho e isso o deixou "com muita raiva". Ele então voltou para buscar explicação.
Conforme o relato, Guaranho desceu do carro e Arruda estava com a arma apontada para ele. Nessa ocasião, o réu disse que "não queria matar ninguém", que pediu para o petista baixar a arma, mas que Arruda continuou na direção dele.
O ex-policial é acusado pelo Ministério Público estadual de homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e perigo comum. Guaranho foi interrogado no segundo dia de julgamento, assim como as testemunhas de defesa. No primeiro dia, foram ouvidas as testemunhas de acusação. O júri será retomado nesta quinta-feira, 13, com a fase de debate entre acusação e defesa.