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Política

Planalto divulga levantamento preliminar de itens danificados por terroristas; quadro de R$ 8 milhões está na lista

Obra 'As Mulatas', de Di Cavalcanti, é estimada em milhões e foi parcialmente rasgada por bolsonaristas radicais

9 jan 2023 - 12h02
(atualizado às 12h02)
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Quadro de Di Cavalcanti foi alvo de terroristas
Quadro de Di Cavalcanti foi alvo de terroristas
Foto: Fátima Meira

Palácio do Planalto divulgou um levantamento preliminar de itens, artigos históricos e obras de arte que foram danificadas por terroristas apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que invadiram prédios dos Poderes e vandalizaram o patrimônio público no domingo. 

Em nota nesta segunda-feira, 9, o Planalto divulgou itens danificados como o quadro 'As Mulatas', de Di Cavalcanti, que é estimado em R$ 8 milhões. A obra foi parcialmente rasgada por bolsonaristas durante a invasão.

"Os terroristas que invadiram o Palácio do Planalto neste domingo (8) vandalizaram e destruíram parte importante do acervo artístico e arquitetônico ali reunido e que representa um capítulo importante da história nacional", diz o Planalto no comunicado, esclarecendo que ainda será feita uma avaliação mais minuciosa dos danos. 

Os itens depredados divulgados até o momento são: 

No andar térreo:

Obra "Bandeira do Brasil", de Jorge Eduardo, de 1995 — a pintura, que reproduz a bandeira nacional hasteada em frente ao palácio e serviu de cenário para pronunciamentos dos presidentes da República, foi encontrada boiando sobre a água que inundou todo o andar, após vândalos abrirem os hidrantes ali instalados.

Galeria dos ex-presidentes — totalmente destruída, com todas as fotografias retiradas da parede, jogadas ao chão e quebradas.

Galeria dos presidentes no Palácio do Planalto foi destruída
Galeria dos presidentes no Palácio do Planalto foi destruída
Foto: TON MOLINA/FOTOARENA / Estadão

No 2º andar:

O corredor que dá acesso às salas dos ministérios que funcionam no Planalto foi brutalmente vandalizado. Há muitos quadros rasurados ou quebrados, especialmente fotografias. O estado de diversas obras não pôde ainda ser avaliado, pois é necessário aguardar a perícia e a limpeza dos espaços para só daí ter acesso às obras.

No 3º andar:

Obra "As mulatas", de Di Cavalcanti — a principal peça do Salão Nobre do Palácio do Planalto foi encontrada com sete rasgos, de diferentes tamanho. A obra é uma das mais importantes da produção de Di Cavalcanti. Seu valor está estimado em R$ 8 milhões, mas peças desta magnitude costumam alcançar valores até 5 vezes maior em leilões.

Obra "O Flautista", de Bruno Giorgi — a escultura em bronze foi encontrada completamente destruída, com pedaços espalhados pelo salão. Está avaliado em R$ 250 mil.

Escultura de parede em madeira de Frans Krajcberg — quebrada em diversos pontos. A obra se utiliza de galhos de madeira, que foram quebrados e jogados longe. A peça está estimada em R$ 300 mil.

Mesa de trabalho de Juscelino Kubitscheck — exposta no salão, a mesa foi usada como barricada pelos terroristas. Avaliação do estado geral ainda será feita.

Mesa-vitrine de Sérgio Rodrigues — o móvel abriga as informações do presidente em exercício. Teve o vidro quebrado.

Relógio de Balthazar Martinot — o relógio de pêndulo do Século XVII foi um presente da Corte Francesa para Dom João VI. Martinot era o relojoeiro de Luís XIV. Existem apenas dois relógios deste autor. O outro está exposto no Palácio de Versailles, mas possui a metade do tamanho da peça que foi completamente destruída pelos invasores do Planalto. O valor desta peça é considerado fora de padrão.

Segundo Rogério Carvalho, diretor de Curadoria dos Palácios Presidenciais, será possível realizar a recuperação da maioria das obras vandalizadas, mas ele classificou como “muito difícil” a restauração do Relógio de Balthazar Martinot.

"O valor do que foi destruído é incalculável por conta da história que ele representa. O conjunto do acervo é a representação de todos os presidentes que representaram o povo brasileiro durante este longo período que começa com JK. É este o seu valor histórico", pontuou.

Fonte: Redação Terra
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