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Política

PGR denuncia deputado Arthur Lira por corrupção na Lava Jato

Um dos líderes do centrão, Arthur Lira (PP-AL) foi acusado pela PGR de receber R$ 1,6 milhões em propina da empreiteira Queiroz Galvão

5 jun 2020 - 21h15
(atualizado às 21h22)
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PGR denuncia deputado Arthur Lira, um dos líderes do centrão, por corrupção na Lava Jato
PGR denuncia deputado Arthur Lira, um dos líderes do centrão, por corrupção na Lava Jato
Foto: Agência Brasil

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou nesta sexta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), um dos líderes do centrão na Câmara dos Deputados, por corrupção passiva em caso referente a investigações da operação Lava Jato.

Lira foi acusado criminalmente pela PGR de receber quase 1,6 milhão de reais em propina da empreiteira Queiroz Galvão para garantir que o PP --partido da qual é líder da bancada na Câmara-- mantivesse o apoio do então diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa.

A denúncia contra o líder do PP ocorre no momento em que ele e o centrão se aproximam do presidente Jair Bolsonaro.

O presidente tem dado cargos a indicados do grupo como forma de garantir apoio parlamentar no momento em que é alvo de um inquérito no STF e que, em caso de denúncia pela PGR, terá de contar com votos de deputados para barrar o julgamento da acusação. Além disso, há inúmeros pedidos de impeachment protocolados na Câmara dos Deputados.

O parlamentar, que é réu em outro processo da Lava Jato no STF, é um dos cotados para suceder Rodrigo Maia (DEM-RJ) no comando da Câmara na eleição prevista para o início do próximo ano.

O suposto repasse a Lira, teria sido feito em duas parcelas, tendo como origem recursos desviados pela empreiteira da Petrobras, segundo a PGR.

O deputado assumiu a liderança do partido após a ida do então deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PI) para o Ministério das Cidades em 2012, ainda no governo da então presidente Dilma Rousseff.

"Com essa ascensão, Arthur Lira passou a atuar de modo mais concreto no esquema de arrecadação de propina, fiscalizando os de pagamentos ao grupo dissidente", escreveu a subprocuradora-geral da República Lindôra Maria Araújo, designada para coordenar a equipe da Lava Jato na PGR por Augusto Aras, o chefe do Ministério Público Federal.

Em nota, o advogado Pierpaolo Bottini, defensor de Lira, rebateu a denúncia da PGR. Disse que o deputado fez parte de um grupo que "assumiu a liderança do PP e afastou Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef do partido".

"Fato já provado e que explica a inimizade dos colaboradores e suas reiteradas tentativas de envolver o parlamentar em ilícitos dos quais não participou", disse o advogado.

"O doleiro diz que Arthur Lira recebeu indevidos valores por meio de um operador chamado Ceará, mas esse último --também colaborador-- desmente tal versão em dois depoimentos. O próprio STF reconheceu as inverdades de Youssef em outros depoimentos contra a Arthur Lira. Fundamentar uma denúncia nas palavras desse doleiro é premiar um ato de vingança contra alguém que se postou contra suas práticas", finalizou Bottini.

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