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Política

Pagamento de Zambelli a hacker da Vaza Jato desencadeou operação da PF

Deputada federal e o hacker Walter Delgatti são alvo da operação; ele foi preso preventivamente em São Paulo

2 ago 2023 - 10h30
(atualizado às 14h13)
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Carla Zambelli é alvo de operação da PF
Carla Zambelli é alvo de operação da PF
Foto: Reprodução

Os pagamentos realizados pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) a Walter Delgatti, conhecido como "hacker da Vaza Jato", preso preventivamente  na manhã desta quarta-feira, 2, foram o que motivaram a Polícia Federal a deflagrar a Operação 3FA.

Segundo a decisão judicial, ao qual o Terra teve acesso, os assessores de Zambelli --que também são alvos da operação-- teriam solicitado ao hacker que ele realizasse fraudes nas urnas eletrônicas e invadisse as contas de e-mail do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. 

A PF informou que o hacker recebeu pagamentos no valor total de R$ 13,5 mil, sendo R$ 10,5 mil pagos pelo assessor Renan Goulart, e mais R$ 3.000 transferidos por Jean Guimarães Vilela.

"Os extratos fornecidos revelam que WALTER DELGATTI NETO/VERMELHO recebeu, ao menos, o valor de R$ 13.500,00 (treze mil e quinhentos reais) nos meses anteriores e posteriores à invasão do CNJ e emissão dos mandados/ alvarás falsos possivelmente como contraprestação pelos serviços prestados, por meio de interpostas pessoas próximas da Deputada Federal CARLA ZAMBELLI SALGADO DE OLIVEIRA", menciona o documento.

"Verifica-se que, do montante de R$ 13.500,00, a quantia de R$ 10.500,00 foi enviada por RENAN CÉSAR SILVA GOULART, valendo-se de 3 transferências bancárias via PIX; e que o valor de R$ 3.000,00 foi enviado, numa única transferência bancária via PIX, por JEAN HERNANI GUIMARÃES VILELA", acrescenta.

A deputada federal, por sua vez, sempre negou ter feito o pedido. 

Alvo também de Conselho de Ética

A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços de Carla Zambelli, que também está sob análise do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. 

A parlamentar será julgada nesta quarta-feira, 2, por quebra de decoro após proferir ofensas ao deputado Duarte Júnior (PSB-MA) em 11 de abril, durante a visita do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, à Câmara dos Deputados.

Operação 3FA

Além da prisão preventiva de Walter Delgatti, a Polícia Federal cumpriu dois mandados de busca e apreensão no estado de São Paulo e três mandados de busca e apreensão no Distrito Federal durante a  Operação 3FA, deflagrada na manhã desta quarta-feira, 2.

Confirmada pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, a operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes para investigar a invasão dos sistemas do Poder Judiciário da União. 

Entre os dias 4 e 6 de janeiro de 2023, segundo os investigadores, os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) foram invadidos para a inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP). 

Os fatos investigados, de acordo com a Polícia Federal, configuram os crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.

O nome da Operação 3FA é uma referência à autenticação de dois fatores (2FA), método de segurança de gerenciamento de identidade e acesso que exige duas formas de identificação para acessar recursos e dados.

Terceira prisão

É a terceira vez que Walter Delgatti é detido. Sua primeira prisão ocorreu em julho de 2019, durante a Operação Spoofing, que desarticulou uma "organização criminosa envolvida em crimes cibernéticos", de acordo com a Polícia Federal. As investigações revelaram que o grupo havia acessado contas do aplicativo de mensagens Telegram utilizadas por autoridades.

Em setembro de 2020, o hacker foi autorizado a responder ao processo em liberdade, porém sob algumas restrições, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de acesso à internet.

Em junho deste ano, Delgatti foi novamente preso por violar as medidas judiciais. Ele admitiu à PF que estava administrando as redes sociais e o site de Carla Zambelli, o que desrespeitava as condições estabelecidas para sua liberdade provisória. Em 10 de julho, a Justiça autorizou sua soltura, com a condição de que ele utilizasse tornozeleira eletrônica.

Fonte: Redação Terra
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