O que dizem investigações que levaram à prisão do deputado TH Joias
TH Joias é acusado de intermediar a compra e a venda de drogas, armas de fogo, aparelhos antidrones e realizou pagamentos ao CV
O deputado estadual TH Joias (MDB) foi preso em flagrante sob acusações de envolvimento com o Comando Vermelho, incluindo tráfico de drogas, armas e corrupção, além de ter usado seu mandato para favorecer a organização criminosa.
Preso em flagrante na última quarta-feira, 3, o deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias (MDB), está sendo investigado pelos crimes de tráfico de armas, drogas e corrupção, no Rio de Janeiro. Ele e outros três acusados foram denunciados pela Procuradoria-Geral de Justiça do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) de manterem vínculos estáveis com a facção Comando Vermelho (CV), atuando nos Complexos da Maré e do Alemão e na comunidade de Parada de Lucas.
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Quem são os investigados?
Além de TH Joias, preso em flagrante, o desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), decretou a prisão preventiva de:
- Gabriel Dias de Oliveira, vulgo “Índio do Lixão”, liderança do CV;
- Luiz Eduardo Cunha Gonçalves, o “Dudu", assessor nomeado por TH na Assembleia Legislativa do Rio (ALERJ);
- e Luciano Martiniano da Silva, vulgo “Pezão”.
Segundo a Polícia Federal, foram cumpridos ao todo 18 mandados de prisão preventiva e 22 mandados de busca e apreensão. Os números referem-se à soma dos expedidos pela Justiça Federal e Estadual. Dentre os investigados estão ainda um delegado da PF e policiais militares.
Do que TH Joias é acusado?
O deputado TH Joias e os três presos pelo TJRJ são acusados de intermediar a compra e venda de drogas, armas e equipamentos antidrones usados para dificultar operações policiais nos territórios ocupados pelo CV, além de movimentar grandes somas em espécie para financiar as atividades da facção.
Como seria a conduta do deputado no esquema?
Para o MPRJ, o parlamentar utilizou o mandato para favorecer a organização criminosa, inclusive nomeando comparsas para cargos na Alerj. Um deles seria Luiz Eduardo Cunha Gonçalves, que atuava como fornecedor de equipamentos especializados à facção, em especial os dispositivos antidrones. Ele também era responsável pelos testes em campo e ensinava outros membros do CV a operá-los.
Ainda segundo a denúncia, TH Joias é acusado de intermediar diretamente a compra e a venda de drogas, armas de fogo, aparelhos antidrones e realizou pagamentos a integrantes do Comando Vermelho.
Qual é o envolvimento da facção?
Um dos denunciados é apontado como uma das lideranças da facção, responsável pelo controle financeiro do grupo e pela autorização de pagamentos vultosos, incluindo a autorização para a compra dos antidrones usados para dificultar a atuação policial.
Outro exercia a função de tesoureiro, encarregado de armazenar drogas, guardar valores milionários, efetuar pagamentos e intermediar negociações de armas e munições.
A investigação tramitou na Procuradoria-Geral de Justiça por envolver agente político com foro por prerrogativa de função.
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