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Julgamento do Mensalão

José Dirceu e Genoino seguem de São Paulo para Brasília neste sábado

Henrique Pizzolato fugiu para a Itália e Delúbio Soares se entregou à PF neste sábado

16 nov 2013 - 10h01
(atualizado às 12h27)
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O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o ex-presidente do PT José Genoino, que se entregaram à Polícia Federal na sexta-feira após a expedição, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), da execução das penas dos condenados no processo do mensalão, seguirão para o aeroporto de Congonhas, em São Paulo, às 10h30 deste sábado, onde embarcarão em um avião da Polícia Federal com destino a Brasília, para onde serão transferidos. 

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Dos 10 presos até agora, nove devem ser transferidos para Brasília ainda hoje - Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do PL (hoje PR), já está na capital federal. Além de Dirceu e Genoino, que estão em SP, os outros sete detidos ontem estão em Minas Gerais e também devem ser transferidos para Brasília neste sábado depois de passarem por exames no IML (abaixo, confira a lista completa da situação dos 12 primeiros mandatos de prisão). 

As transferências serão feitas com um avião da Força Aérea que decolou de Brasília com destino a Minas Gerais para pegar Marcos Valério, Ramon Hollerbach, Cristiano Paz, Kátia Rabello, José Roberto Salgado, Simone Vasconcelos e Romeu Queiroz. Depois, a aeronave segue para São Paulo, onde embarcarão José Dirceu e José Genoino, antes de retornar a Brasília.

Henrique Pizzolato, ex-diretor de Marketing do Bando do Brasil, fugiu para a Itália, segundo a Polícia Federal. O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares se apresentou por volta das 11h30 deste sábado na sede da Polícia Federal em Brasília.

Dirceu e Genoino se entregam

Condenado a seis anos e 11 meses de prisão em regime semiaberto no julgamento do mensalão, Genoino foi aplaudido, ontem, por um grupo de 15 pessoas que o esperavam no local e gritavam seu nome quando se entregou na sede da Polícia Federal em São Paulo. O deputado chegou ao local em um carro preto e parou para ser fotografado. Ele entrou no prédio com o semblante fechado, mas com o braço esquerdo levantado.

O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu se entregou por volta das 20h30 à Polícia Federal em São Paulo. Ele chegou ao local acompanhado de algumas pessoas, entre elas o mesmo advogado de Genoino. Dirceu entrou no prédio com o braço direito erguido e acenando para os militantes do partido que gritavam seu nome.

O mensalão do PT
Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele, parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de acordo com os interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.

No relatório da denúncia, a Procuradoria-Geral da República apontou como operadores do núcleo central do esquema José Dirceu, o ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares e o ex- secretário-geral Silvio Pereira. Todos foram denunciados por formação de quadrilha. Dirceu, Genoino e Delúbio respondem ainda por corrupção ativa.

Em 2008, Sílvio Pereira assinou acordo com a Procuradoria-Geral da República para não ser mais processado no inquérito sobre o caso. Com isso, ele teria que fazer 750 horas de serviço comunitário em até três anos e deixou de ser um dos 40 réus. José Janene, ex-deputado doPP, morreu em 2010 e também deixou de figurar na denúncia.

O relator apontou também que o núcleo publicitário-financeiro do suposto esquema era composto pelo empresário Marcos Valério e seus sócios (Ramon Cardoso, Cristiano Paz e Rogério Tolentino), além das funcionárias da agência SMP&B Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Eles respondem por pelo menos três crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

A então presidente do Banco Rural, Kátia Rabello, e os diretores José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório foram denunciados por formação de quadrilha, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. O publicitário Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) Luiz Gushiken é processado por peculato. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi denunciado por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) responde a processo por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia inclui ainda parlamentares do PPPR(ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles o próprio delator, Roberto Jefferson. Em julho de 2011, a Procuradoria-Geral da República, nas alegações finais do processo, pediu que o STF condenasse 36 dos 38 réus restantes. Ficaram de fora o ex-ministro da Comunicação Social Luiz Gushiken e o irmão do ex-tesoureiro do Partido Liberal (PL) Jacinto Lamas, Antônio Lamas, ambos por falta de provas. A ação penal começou a ser julgada em 2 de agosto de 2012. A primeira decisão tomada pelos ministros foi anular o processo contra o ex-empresário argentino Carlos Alberto Quaglia, acusado de utilizar a corretora Natimar para lavar dinheiro do mensalão.

Durante três anos, o Supremo notificou os advogados errados de Quaglia e, por isso, o defensor público que representou o réu pediu a nulidade por cerceamento de defesa. Agora, ele vai responder na Justiça Federal de Santa Catarina, Estado onde mora. Assim, restaram 37 réus no processo.

No dia 17 de dezembro de 2012, após mais de quatro meses de trabalho, os ministros do STF encerraram o julgamento do mensalão. Dos 37 réus, 25 foram condenados, entre eles Marcos Valério (40 anos e 2 meses), José Dirceu (10 anos e 10 meses), José Genoino (6 anos e 11 meses) e Delúbio Soares (8 anos e 11 meses). A Suprema Corte ainda precisa publicar o acórdão do processo e julgar os recursos que devem ser impetrados pelas defesas dos réus. Só depois de transitado em julgado os condenados devem ser presos.

Fonte: Terra
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