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Julgamento do Mensalão

Fábrica de máscaras aposta em rosto de Barbosa para Carnaval

25 set 2012 - 09h09
(atualizado às 09h12)
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Uma fábrica de máscaras de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, resolveu apostar no rosto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa em sua produção. Relator do caso do mensalão da Corte, Barbosa inspirou a maior tiragem da Condal deste ano. Já foram produzidas 120 máscaras do ministro, quantidade que na temporada de Carnaval deve aumentar. Pelas ruas do Rio, muitos ainda não sabem o nome dele, mas o rosto é inconfundível. "É o homem que prende os políticos do mensalão", disse o porteiro Antonio Barbosa, ao ver a máscara. As informações são do jornal O Globo.

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"O Barbosa está em evidência, e acho que esta será a máscara mais vendida. Estamos pensando num kit, com a máscara e uma capa preta", disse Olga Valles, dona da fábrica, fazendo referência à toga utilizada pelos ministros do STF. "Precisamos de um desses aqui no Rio, para acabar com a falta d'água e com os engarrafamentos e para educar o povo", concluiu o porteiro. Ainda na carona do julgamento, a empresa voltou a produzir máscaras de José Genoino, José Dirceu e Roberto Jefferson, réus do processo do mensalão. As peças também foram encomendadas por comerciantes de Brasília, de São Paulo e do Rio. Lula, um velho sucesso, voltou a ser produzido, agora sem barba.

O mensalão do PT
Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele, parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de acordo com os interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.

No relatório da denúncia, a Procuradoria-Geral da República apontou como operadores do núcleo central do esquema José Dirceu, o ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, e o ex- secretário-geral Silvio Pereira. Todos foram denunciados por formação de quadrilha. Dirceu, Genoino e Delúbio respondem ainda por corrupção ativa.

Em 2008, Sílvio Pereira assinou acordo com a Procuradoria-Geral da República para não ser mais processado no inquérito sobre o caso. Com isso, ele teria que fazer 750 horas de serviço comunitário em até três anos e deixou de ser um dos 40 réus. José Janene, ex-deputado do PP, morreu em 2010 e também deixou de figurar na denúncia.

O relator apontou também que o núcleo publicitário-financeiro do suposto esquema era composto pelo empresário Marcos Valério e seus sócios (Ramon Cardoso, Cristiano Paz e Rogério Tolentino), além das funcionárias da agência SMP&B Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Eles respondem por pelo menos três crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

A então presidente do Banco Rural Kátia Rabello e os diretores José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório foram denunciados por formação de quadrilha, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. O publicitário Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) Luiz Gushiken é processado por peculato. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi denunciado por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) responde a processo por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia inclui ainda parlamentares do PP, PR (ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles o próprio delator, Roberto Jefferson.

Em julho de 2011, a Procuradoria-Geral da República, nas alegações finais do processo, pediu que o STF condenasse 36 dos 38 réus restantes. Ficaram de fora o ex-ministro da Comunicação Social Luiz Gushiken e do irmão do ex-tesoureiro do Partido Liberal (PL) Jacinto Lamas, Antônio Lamas, ambos por falta de provas.

A ação penal começou a ser julgada em 2 de agosto de 2012. A primeira decisão tomada pelos ministros foi anular o processo contra o ex-empresário argentino Carlos Alberto Quaglia, acusado de utilizar a corretora Natimar para lavar dinheiro do mensalão. Durante três anos, o Supremo notificou os advogados errados de Quaglia e, por isso, o defensor público que representou o réu pediu a nulidade por cerceamento de defesa. Agora, ele vai responder na Justiça Federal de Santa Catarina, Estado onde mora. Assim, restaram 37 réus no processo.

Com o julgamento do mensalão, a fábrica também decidiu produzir levas de antigos sucessos. Entre eles, a máscara de José Dirceu
Com o julgamento do mensalão, a fábrica também decidiu produzir levas de antigos sucessos. Entre eles, a máscara de José Dirceu
Foto: Reprodução
Fonte: Terra
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