Janja é alvo de ação na Justiça por viagem à Rússia
Vereador afirma que não há amparo legal para o deslocamento; assessoria da primeira-dama não respondeu ao 'Estadão'
Uma ação popular, movida pelo vereador curitibano Guilherme Kilter (Novo), questiona tanto a legalidade quanto os custos envolvidos na recente viagem da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, à Rússia. No sábado, 3, ela desembarcou em Moscou, chegando cinco dias antes da comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que cumpre uma agenda oficial no país.
O vereador sustenta que não há amparo legal para o deslocamento, além de haver indícios de despesas excessivas arcadas com recursos públicos. O advogado Jeffrey Chiquini também assina a ação.
Na petição, Kilter solicita a suspensão imediata de qualquer pagamento, reembolso, diária, passagem aérea ou autorização de gastos cobertos pela União relacionados à viagem da primeira-dama. O vereador também requer que, no prazo de 15 dias, que o governo federal entregue a documentação completa referente às viagens internacionais realizadas por Janja.
Adicionalmente, o parlamentar pede que tanto o Tribunal de Contas da União (TCU) quanto a Controladoria-Geral da União (CGU) conduzam uma auditoria sobre os gastos públicos vinculados aos deslocamentos da primeira-dama.
"Chega de deixar a Janja ficar viajando com nosso dinheiro. Eu e o @JeffreyChiquini pedimos providências da justiça por improbidade administrativa", disse Kilter em uma publicação no X (antigo Twitter).
Durante sua passagem por Moscou, Janja visitou o Kremlin, sede do Poder Executivo, e residência oficial do presidente Vladimir Putin. O roteiro da primeira-dama inclui ainda atrações como o Teatro Bolshoi, o Museu Hermitage, a Catedral do Sangue Derramado e a tradicional Fábrica de Porcelana Imperial.
O Estadão entrou em contato com a assessoria da primeira-dama, mas não obteve resposta até a publicação deste texto.
Janja já foi alvo de outras investidas de parlamentares da oposição. A deputada federal Rosângela Moro (União-SP) apresentou um projeto de lei para barrar a "institucionalização" da primeira-dama da República como um "agente público simbólico". A proposta foi apresentada em 8 de abril, depois de a Advocacia-Geral da União (AGU) publicar uma orientação normativa que define regras de "publicidade e transparência" para a agenda e os gastos da primeira-dama.
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