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Política

Ex-chefe da Aeronáutica afirma que ex-comandante do Exército ameaçou prender Bolsonaro, diz jornal

Em depoimento à Polícia Federal, Carlos Almeida Baptista Júnior afirmou que ele e o chefe do Exército se posicionaram contra o golpe

15 mar 2024 - 10h04
(atualizado às 13h21)
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Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro
Foto: Wilton Júnior/Estadão / Estadão

Em depoimento à Polícia Federal (PF) no inquérito das milícias digitais, o ex-comandante da Aeronáutica Carlos Almeida Baptista Júnior contou que o ex-comandante do Exército Freire Gomes afirmou que prenderia o então presidente Jair Bolsonaro (PL) se ele tentasse colocar em prática um golpe de Estado. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

"Depois de o presidente da República, Jair Bolsonaro, aventar a hipótese de atentar contra o regime democrático, por meio de alguns institutos previstos na Constituição (GLO ou estado de defesa ou estado de sítio), o então comandante do Exército, general Freire Gomes, afirmou que caso tentasse tal ato teria que prender o presidente da República", disse Baptista Júnior no depoimento obtido pelo jornal. 

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Conforme a reportagem, o ex-comandante da Aeronáutica relatou como ele e o chefe do Exército se posicionaram contra o golpe. Já o comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, teria colocado as tropas à disposição ao falarem sobre as minutas apresentadas pelo então presidente.

Ainda conforme o depoimento, Baptista Júnior afirmou que ele mesmo conversou com Bolsonaro e disse que não apoiaria o golpe. "Em outra reunião dos comandantes das Forças com o então Presidente da República, o depoente deixou evidente a Jair Bolsonaro que não haveria qualquer hipótese do então presidente permanecer no poder após o término do seu mandato. Que deixou claro ao então presidente Jair Bolsonaro que não aceitaria qualquer tentativa de ruptura institucional para mantê-lo no poder." 

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As declarações de Baptista Júnior reforçam as de Freire Gomes, que também contou em depoimento que só o comandante da Marinha concordou com as propostas das minutas golpistas.

"Que ele e Baptista afirmaram de forma contundente suas posições contrárias ao conteúdo exposto. Que não teria suporte jurídico para tomar qualquer atitude. Que acredita, pelo que se recorda, que o almirante Garnier teria se colocado à disposição do presidente da República", relatou Freire Gomes, em depoimento.

O ex-comandante do Exército também afirmou que a minuta golpista foi apresentada por Bolsonaro em uma segunda reunião entre os chefes militares e o presidente.

O inquérito das milícias digitais investiga a existência de uma organização criminosa com a finalidade de atentar contra a democracia e o Estado de Direito.

Fonte: Redação Terra
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