Doleiro diz que dinheiro foi entregue na Arena do Grêmio
Alberto Youssef detalhou esquema de remessas de dinheiro da empresa OAS para contas no exterior
Ao detalhar um processo de lavagem de dinheiro do esquema investigado pela Operação Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef disse que foram entregues remessas de dinheiro no escritório da empresa OAS junto à Arena do Grêmio, construída pela empreiteira em Porto Alegre. A afirmação serviu para Youssef tentar comprovar que a empresa sabia de suas operações ilegais em contas no exterior.
Segundo o depoimento prestado no dia 25 de novembro do ano passado e divulgado nessa quinta-feira, Youssef admitiu que operava um esquema de caixa dois para a OAS, com depósitos em contas da empresa Santa Tereza Service, de João Procópio, apontado como laranja do doleiro. A partir dessa conta, realizava transferência de valores para empresas de Leonardo Meirelles, antes de os valores retornar ao Brasil mediante operações de dólar-cabo.
O doleiro contou para a Polícia Federal que realizava depósitos no exterior a mando da OAS e que cobrava uma comissão de 3% pelas operações. Questionado se a empresa conhecia o esquema de caixa dois, Youssef disse que “afirma acreditar que sim”, “pois entregou valores que provinham do exterior nas sedes da OAS em Porto Alegre e Rio de Janeiro e também buscou valores na sede da empresa em São Paulo”. As entregas eram feitas por Adarico Negromonte e Rafael Angulo.
Questionado sobre siglas em uma tabela apreendida com José Ricardo Breghirolli, funcionário da OAS, Youssef identificou a sigla POA como a entrega de valores no escritório que a empresa mantinha junto à Arena do Grêmio. De acordo com o depoimento, ele entregou lá R$ 500 mil e R$ 66 mil e também fez repasses de valores similares em residências.
Procurada, a assessoria de imprensa da OAS se limitou a dizer que “refuta veementemente estas alegações”.