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Política

Dilma fala em "apertar controle da inflação" e cortar gastos

"Vamos fazer o dever de casa, apertar o controle da inflação e teremos limites fiscais", afirmou a presidente em entrevista a jornais

6 nov 2014 - 18h29
(atualizado em 7/11/2014 às 09h21)
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<p>"Nós temos um problema interno com a inflação"", reconheceu a presidente Dilma Rousseff em entrevista a jornais na quinta-feira</p>
"Nós temos um problema interno com a inflação"", reconheceu a presidente Dilma Rousseff em entrevista a jornais na quinta-feira
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

A presidente Dilma Rousseff reconheceu que o aumento da inflação é um problema e prometeu, em entrevista aos quatro principais jornais do País na quinta-feira, que vai realizar cortes nos gastos governamentais para ajudar a controlar o aumento dos preços.

Dilma disse que o governo vai ter de "fazer o dever de casa" e apertar o controle sobre a inflação, informaram os jornais Folha de S.Paulo, O Globo, O Estado de S. Paulo e Valor Econômico em seus sites. A presidente também prometeu analisar os gastos do governo "com lupa".

"Nós temos um problema interno com a inflação", disse Dilma, segundo os jornais. "Vamos ter de apertar o controle da inflação."

Na entrevista no Palácio do Planalto, Dilma também afirmou que "sempre haverá gastos para cortar" e, de acordo com as publicações, sinalizou que o controle da inflação será feito por meio de cortes de gastos, e não somente com a elevação da taxa de juros.

"Vamos fazer o dever de casa, apertar o controle da inflação e teremos limites fiscais. Vamos reduzir os gastos. Vamos olhar todas as contas com lupa e ver o que pode ser reduzido e o que pode ser cortado. Temos que fazer um ajuste em várias coisas, várias contas podem ser reduzidas", afirmou a presidente na entrevista.

A presidente não deu detalhes sobre as áreas que seriam alvos de redução de gastos mas, de acordo com o Valor, sinalizou que deve revisar as regras das pensões por morte, dos abonos salariais e do seguro-desemprego, que a presidente classificou, segundo o jornal, como "um grande patrocinador de fraudes".

A inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulada em 12 meses até setembro ficou em 6,75%, acima do teto meta do governo, que é de 4,5% ao ano, com margem de tolerância de 2 pontos percentuais. Nesta sexta-feira, o IBGE divulga o IPCA de outubro, e a expectativa é que o índice tenha desacelerado, mas que se mantenha acima do teto da meta em 12 meses.

Em sua última reunião, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) elevou a taxa básica de juros para 11,25% ao ano e, nesta quinta, a ata da reunião sinalizou que novas elevações de juros estão a caminho.

"Lorota"

Na entrevista, Dilma rejeitou e classificou como "lorota" a ideia de reduzir o número de ministérios, atualmente em 39. O número de ministério foi criticado durante a campanha eleitoral pelo candidato derrotado no segundo turno, senador Aécio Neves (PSDB-MG).

A presidente também voltou a dizer que o nome do novo ministro da Fazenda será anunciado após a reunião do G20, que acontece entre 15 e 16 de novembro na Austrália.

Dilma afirmou ainda que não existe uma "receita prontinha" para colocar a economia brasileira de volta no caminho do crescimento, mas assim como fez durante a campanha, prometeu que não vai elevar o desemprego.

As denúncias de desvio de recursos da Petrobras para partidos de sua base aliada, feitas pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa dentro da Operação Lava Jato da Polícia Federal, também foram comentadas durante a entrevista. Dilma disse, segundo os jornais, que as investigações do episódio representam uma oportunidade de acabar com a impunidade.

"A operação trouxe o momento para acabar com a impunidade no País. Não vou engavetar nada, não vou pressionar para não investigar, quero todos os responsáveis punidos."

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