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Política

Diante das mudanças climáticas, a saída está em cidades mais humanas

13 mar 2024 - 08h05
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As cidades são as pessoas. Uma afirmação que pode parecer óbvia, na prática, é um conceito ainda novo para o planejamento urbano na maioria das grandes cidades. Até pouco tempo atrás, os centros urbanos eram projetados prioritariamente para os veículos, o que nos obriga a admitir que essa mudança na dinâmica de pensar o espaço público impõe a todos um enorme desafio. Afinal, como requalificamos os territórios para que eles sejam, de fato, ocupados pelas pessoas?

Rua das Motos, na região central da cidade de São Paulo
Rua das Motos, na região central da cidade de São Paulo
Foto: Divulgação/SP Urbanismo / Estadão

O arquiteto e urbanista dinamarquês Jan Gehl afirma, em seu livro "Cidade Para Pessoas" lançado em 2010, que "uma boa cidade é igual a uma boa festa". Ou seja, uma boa cidade é aquela que oferece a sua população boas experiências no cumprimento de tarefas diárias, como levar a criança à escola, ir de casa ao trabalho, andar de bicicleta, passear com o pet ou fazer compras. Não importa a escala do território. A promoção de bem-estar tem que ser experimentada na praça, rua ou bairro, e, para isso, o planejamento urbano precisa proporcionar deslocamentos curtos e seguros, baixos índices de congestionamento, boas condições de caminhabilidade e áreas verdes. Enfim, diversas centralidades em uma mesma cidade.

As ruas comerciais de São Paulo são referência no Brasil. Brasileiros de toda parte visitam a capital paulista diariamente para, entre outras tarefas, fazer compras. É verdade que já houve uma época em que elas desfrutavam de maior relevância. Não havia a concorrência dos shoppings-center nem do comércio on-line. Mas, ainda assim, elas têm força.

Esses temas _ pessoas e centralidades _ podem parecer desconectados, mas não são. Resgatar as áreas comerciais é uma questão de planejamento urbano diretamente relacionado ao conceito de construir cidades para pessoas. Se quisermos que as pessoas ocupem espontaneamente as calçadas, ruas, praças e bairros, precisamos torná-los atraentes e seguros. Sem pessoas não existe requalificação urbana. Calçadas mais largas e acessíveis, mobiliário urbano para descanso, áreas sombreadas e nova iluminação pública são iniciativas indispensáveis para construir territórios mais democráticos e sustentáveis.

Sob essa perspectiva, a Prefeitura de São Paulo, por meio da São Paulo Urbanismo, iniciou em fevereiro a implantação do Projeto Ruas Temáticas. A iniciativa propõe a requalificação de vias públicas reconhecidas por sua relevância simbólica, econômica ou turística para transformá-las em locais mais dinâmicos e seguros. O propósito é melhorar o ambiente para as pessoas e, com isso, potencializar as vocações já estabelecidas, estimulando a economia local e promovendo o turismo na cidade. Estão inseridas neste projeto a Rua das Motos (Rua General Osório), Rua dos Eletrônicos (Rua Santa Ifigênia), Rua das Noivas (Rua São Caetano), Rua da Música (Rua Teodoro Sampaio), Rua das Cozinhas (Rua Paula Souza) e Rua das Ferramentas (Rua Florêncio de Abreu).

Nestes locais, serão realizadas obras para melhorar a circulação nas calçadas, ampliar a acessibilidade, aumentar a segurança com mais iluminação pública, oferecer espaços para descanso, ou seja, estimular a caminhabilidade para gerar bem-estar às pessoas que trabalham e frequentam essas áreas. O passo inicial foi realizado no mês passado na Rua das Motos, região central da cidade, cujas obras estão em andamento e com previsão de conclusão para meados deste ano.

O mundo pós-pandemia e sob efeitos das mudanças climáticas já deixou evidente que a saída para o futuro são cidades mais humanas. O Projeto Ruas Temáticas é somente uma das iniciativas da gestão do prefeito Ricardo Nunes para transformar São Paulo em uma cidade mais acolhedora, moderna, democrática e sustentável.

Rua das Motos, na região central da cidade de São Paulo
Rua das Motos, na região central da cidade de São Paulo
Foto: Divulgação/SP Urbanismo / Estadão
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