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Política

De Dom Pedro I a Temer: os Andradas na política nacional

Deputado Bonifácio de Andrada, mantido relator na CCJ após idas e vindas é da mesma família que o conselheiro do Rei durante Brasil Império.

6 out 2017 - 08h20
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Deputado Bonifácio de Andrada
Deputado Bonifácio de Andrada
Foto: Agência Câmara

A relatoria da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer está definitivamente decidida: será mesmo o mineiro Bonifácio de Andrada, que chegou a ser destituído do cargo pelo seu partido, o PSDB, mas o convite do PSC o manteve como relator. Marco Feliciano cedeu seu lugar em favor do colega tucano.

Com isso, nada muda no processo da denúncia da Procuradoria Geral da República contra o presidente da República Michel Temer por formação de quadrilha e obstrução à justiça.

A permanência de Andrada no cargo de relator da denúncia contra Temer na CCJ o coloca numa posição histórica e que guarda semelhanças com outro importante momento político do País: de 1821 até hoje nenhum clã esteve tanto tempo no poder e muito menos em lugar que merecesse destaque.

É do tataravô do deputado, José Bonifácio de Andrada e Silva, a carta que fez Dom Pedro I se insurgir contra a Coroa Portuguesa e motivar o “Fico” às margens do Ipiranga. A rebeldia orquestrada pelo conselheiro de Dom Pedro I traria independência ao Brasil.

No entanto, as semelhanças entre patriarca e herdeiro terminam quando são analisados os motivos que levam cada um a escolher pela permanência do chefe maior da nação.

Se num capítulo da história brasileira um dos “Bonifácios” tem lugar de merecido destaque, do outro, a contemporaneidade dos fatos pode não guardar boas lembranças para o futuro do tataraneto. O tucano, não ocupava sequer o “pódio” entre as melhores opções para a relatoria do processo que pode culminar com o impeachment de Temer. Ele foi apenas a quarta opção do presidente da CCJ, o também mineiro, mas peemedebista, Rodrigo Pacheco.

José Bonifácio de Andrada e Silva, patrono da independência
José Bonifácio de Andrada e Silva, patrono da independência
Foto: Reprodução

Bonifácio José Tamm de Andrada está em seu décimo mandato no congresso. Ele é o segundo parlamentar mais longevo na Casa, o primeiro é Miro Teixeira com 11 mandatos.

A descendência quase imperial é enfatizada em seu site que diz: “O Deputado Bonifácio de Andrada é descendente direto do Patriarca José Bonifácio de Andrada e Silva e, ainda bisneto do Conselheiro Lafayette Rodrigues Pereira, sobrinho neto do Presidente Antônio Carlos, representando a 5ª Geração de Parlamentares Brasileiros da Família Andrada, que de pai para filho servem o Parlamento Nacional desde 1821, com a interrupção apenas de 8 anos no século passado. O seu pai e seu avô, ambos também com o nome José Bonifácio, exerceram a liderança na Câmara na década 1920 e 1970, tendo o seu pai, mais conhecido como Zezinho Bonifácio presidido aquela Casa.”

Polêmica em Projeto de Lei

Entre os projetos de lei propostos por ele está um que pode ser considerado, no mínimo, controverso. Em novembro de 2013 ele tentou emplacar o Projeto de Lei 6794/2013 o qual estabelecia que as mulheres que tivessem licença médica maior que 15 dias deveriam ser substituídas por suas filhas.

A justificativa? “Propiciar ao grupo familiar uma modalidade de apoio que resultará em consequências de ordem social em favor da família”. O pedido teria sido feito por uma associação do interior de Minas Gerais que se preocupa com a atenção e solidariedade que se deve dar aos seguimentos familiares que hoje em dia enfrentam sérias dificuldades.

Para sorte das mulheres brasileiras (e suas filhas) o projeto foi retirado de tramitação e arquivado.

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