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Política

Da presidência partidária à expulsão: quem é o deputado que contrariou o PL e defendeu Moraes

Antonio Carlos Rodrigues virou alvo dos colegas de bancada quando criticou a sanção americana contra o ministro

1 ago 2025 - 08h04
(atualizado às 08h43)
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Expulso do Partido Liberal (PL) nesta quinta-feira, 31, o deputado Antonio Carlos Rodrigues foi filiado à sigla desde 1990 e vem acumulando discordâncias com o movimento bolsonarista que dominou a legenda nos anos recentes. A última polêmica aconteceu na quarta, 30, quando o parlamentar defendeu o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes diante da aplicação da Lei Magnitsky contra o juiz

O deputado federal Antônio Carlos Rodrigues possui uma relação pessoal com o ministro Alexandre de Moraes
O deputado federal Antônio Carlos Rodrigues possui uma relação pessoal com o ministro Alexandre de Moraes
Foto: Reprodução: Agência Câmara

“O Alexandre é um dos maiores juristas do país, extremamente competente. Trump tem que cuidar dos Estados Unidos. Não se meter com o Brasil como está se metendo”, afirmou em entrevista publicada pelo site Metrópoles.

A declaração foi considerada inapropriada para um político eleito pelo PL - partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado de Trump e crítico de Moraes - o que fez com que o restante da bancada pedisse a cabeça do parlamentar. O presidente do partido, Valdemar da Costa Neto, enviou uma nota no grupo de WhatsApp da legenda reafirmando a afinidade do partido com a gestão americana e oficializando o banimento de Rodrigues.

“A pressão da nossa bancada foi muito grande. Nossos parlamentares entendem que atacar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é uma ignorância sem tamanho”,  disse Valdemar. 

Acontece que Rodrigues e Moraes mantêm uma relação próxima desde os anos 2000, quando o ministro do STF foi secretário de Segurança Pública do estado de São Paulo. A proximidade fez com que o parlamentar se tornasse um dos principais interlocutores de Valdemar com o juiz, vista a conflituosa relação entre as duas forças políticas. 

Contra a maré 

A discordância derradeira entre Rodrigues e o restante da bancada não foi inesperada. No fim de semana anterior, ele já havia criticado a atuação do deputado e ex-colega de partido, Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos como interlocutor do clã Bolsonaro com a Casa Branca. Em entrevista ao UOL, o político disse que o correligionário deveria se portar mais como congressista e menos como filho de Bolsonaro.

Na mesma ocasião, ele discorreu sobre a mudança na coloração ideológica do PL desde a chegada de Bolsonaro. “Estou no mesmo lugar em que sempre estive. O PL sempre foi liberal, de centro”, disse.

Antes do bolsonarismo 

Formado em direito, Antonio Carlos Rodrigues iniciou a vida pública na década de 1970 e é procurador de carreira. Além de deputado, já foi vereador pela cidade de São Paulo entre 2001 e 2012, e ocupou a presidência da Câmara Municipal por quatro anos. Além disso, foi senador pelo partido, e ocupou o lugar de Marta Suplicy como seu suplente em 2012.

No meio do mandato na Casa Alta, foi nomeado ministro dos Transportes no governo de Dilma Rousseff (PT), entre janeiro de 2015 e maio do ano seguinte, quando a petista foi afastada do cargo. Em 2022, foi eleito deputado federal por São Paulo com mais de 73 mil votos.

Presidência e presídio 

Antes do PL ser o PL, a sigla se chamava PR. O partido foi presidido por Rodrigues entre maio de 2016 e agosto de 2018. No período, a liderança chegou a ser detida na operação da Polícia Federal que prendeu o ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, por compra de votos. 

Ele ficou foragido por quatro dias antes de se entregar, e passou pouco mais de uma semana na cadeia por decisão do Supremo. Em 2023, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concluiu que não havia indícios contra o deputado e encerrou a ação.

Ovelha negra

No início de 2025, Rodrigues ganhou espaço como “ovelha negra” no noticiário político por, novamente, contrariar a orientação do partido. Ele foi o único parlamentar da sigla a não assinar o projeto que pedia a urgência do chamado “PL da Anistia”, dedicado a perdoar os réus do caso do 8 de Janeiro.

O posicionamento o isolou dentro da legenda que é a principal base de apoio de Bolsonaro desde sua filiação em 2021. Na ocasião, Rodrigues destacou sua independência e disse não ceder às pressões e apelos dos colegas e líderes. "Quero deixar claro, eu estou no PL há mais de 25 anos. Todas as posições que eu tive na minha vida política foram pelo meu partido. Não são os que chegaram agora que vão ditar regras para mim. Não vão ditar, não! Eu sou do PL de origem, o PL que eu construí, ajudei a fundar", afirmou.

Fonte: Redação Terra
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