Comandante da FAB usa voos comerciais por falta de aviões militares operacionais
A crise orçamentária nas Forças Armadas chegou a um ponto crítico: o comandante da FAB usa voos comerciais desde julho por não haver aeronaves militares disponíveis para seu deslocamento.
A crise orçamentária nas Forças Armadas chegou a um ponto crítico: o comandante da FAB usa voos comerciais desde julho por não haver aeronaves militares disponíveis para seu deslocamento. O brigadeiro Marcelo Damasceno, líder da Força Aérea Brasileira, tem optado por passagens em companhias aéreas civis para cumprir agendas oficiais em diferentes estados do país.
O motivo é preocupante: ao menos 40 aviões da FAB estão parados por falta de manutenção, segundo apuração da imprensa. Além disso, 137 pilotos foram afastados, agravando a indisponibilidade de pessoal para operar os voos. O impacto atinge diretamente o alto comando, e o episódio evidencia o colapso estrutural da aviação militar brasileira.
A situação começou a se tornar pública quando o comandante da FAB usou voos comerciais para ir de Brasília a Recife, em 10 de julho, gastando R$ 5.197 em uma passagem comprada com antecedência. A decisão, tomada por necessidade, virou símbolo de um sistema pressionado por falta de recursos e prioridades desalinhadas.
Apesar de a missão principal da Força Aérea ser garantir a soberania do espaço aéreo nacional, grande parte de sua frota tem sido usada para o transporte de autoridades civis. Um decreto presidencial define quem tem prioridade nos voos, começando pelo vice-presidente e os chefes dos três poderes. Já o presidente Lula dispõe de aeronaves presidenciais exclusivas.
A repetição desse cenário preocupa oficiais da ativa e da reserva. Para muitos, o fato de o comandante da FAB usar voos comerciais é um alerta claro: a FAB já não consegue cumprir nem sua rotina interna, muito menos sua função estratégica de proteção e mobilidade aérea.
Em tempos de contenção fiscal, o episódio expõe um dilema: quem voa com a FAB — e a que custo? Enquanto isso, as aeronaves seguem no chão, e o comandante da Aeronáutica, no corredor de embarque comercial.