PUBLICIDADE

Política

Câmara dos Deputados deve ouvir secretários da Segurança Pública e da Polícia Civil do RJ

Comissão de Segurança Pública da Casa quer saber como órgãos do Rio de Janeiro têm operado para lidar com a influência de milícia e do crime organizado após revelação de mandantes do caso Marielle Franco

26 mar 2024 - 18h49
(atualizado em 10/4/2024 às 18h08)
Compartilhar
Exibir comentários

BRASÍLIA - A Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados aprovou requerimentos para convidar o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Cesar dos Santos, e o secretário da Polícia Civil, Marcus Vinícius Fernandes. O convite tem como objetivo entender como esses órgãos têm operado para lidar com a influência da milícia e do crime organizado nas instituições.

Outra justificativa apresentada para a convocação dos secretários é revelação da participação, segundo a Polícia Federal, do ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa no planejamento do assassinato da vereadora Marielle Franco, em 2018. Os requerimentos foram apresentados pelo deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) e subscritos pelos deputados Ubiratan Sanderson (PL-RS) e Sargento Gonçalves (PL-RN).

Segundo Henrique Vieira, foram seis anos e 10 dias de espera por uma resolução do crime, e o longo tempo se justifica pela participação do, até então, chefe da Polícia Civil no caso. "Infelizmente, ele não é uma exceção. Embora existam muitos bons policiais em todas as forças de segurança, inclusive foi por ação destes que esse bárbaro crime foi elucidado, há uma relação entranhada entre as milícias, o crime organizado e agentes do Estado", disse.

Além de Rivaldo Barbosa, outras cinco pessoas foram indicadas pela Polícia Federal (PF) no planejamento e na execução dos homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Os seis foram alvos de medidas cautelares expedidas no domingo, 25, pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Entre eles, está o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) e Domingos Brazão, irmão de Chiquinho, e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ).

A PF aponta que as possíveis principais motivações dos homicídio é a "repugnância" dos irmãos Brazão em relação à atuação da parlamentar" em face dos seus interesses escusos", ligados à milícia e à exploração de terras griladas.

Segundo o ex-policial militar Ronnie Lessa, executor das mortes e delator do caso, Marielle estava "atrapalhando os interesses dos irmãos, em especial, sua atuação junto a comunidades em Jacarepaguá, em sua maioria dominada por milícias, onde se concentrava relevante parcela da base eleitoral" da família. A vereadora teria pedido para a população não aderi a novos loteamentos situados em áreas de milícia.

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Publicidade