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Política

Cabral diz que seus delatores disseram a verdade

O ex-governador, porém, isentou de responsabilidade sua mulher, Adriana Ancelmo, por negociações criminosas

26 fev 2019 - 17h01
(atualizado às 17h32)
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O ex-governador do Rio Sérgio Cabral Filho (MDB) disse que o dinheiro de propina que os doleiros Renato e Marcelo Chebar disseram ter lavado era realmente seu. "Participei da propina, sim. O dinheiro dos irmãos Chebar era meu dinheiro, sim", afirmou, em depoimento na tarde desta terça-feira, 26, ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio.

Cabral declarou também que também são verdadeiras "99%" das declarações feitas à Justiça por Carlos Miranda, apontado como seu "homem da mala". Miranda revelou que fez várias operações de recebimento e distribuição de propina, em dinheiro vivo, por ordem do então governador.

O ex-governador do Rio Sérgio Cabral Filho (MDB) é conduzido por policiais em dia que prestou depoimento ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, nesta terça-feira, 26. Cabral disse que o dinheiro de propina que os doleiros Renato e Marcelo Chebar disseram ter lavado era realmente seu. "Participei da propina, sim. O dinheiro dos irmãos Chebar era meu dinheiro, sim", afirmou. Cabral declarou também que também são verdadeiras "99%" das declarações feitas à Justiça por Carlos Miranda, apontado como seu "homem da mala". Miranda revelou que fez várias operações de recebimento e distribuição de propina, em dinheiro vivo, por ordem do então governador.
O ex-governador do Rio Sérgio Cabral Filho (MDB) é conduzido por policiais em dia que prestou depoimento ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, nesta terça-feira, 26. Cabral disse que o dinheiro de propina que os doleiros Renato e Marcelo Chebar disseram ter lavado era realmente seu. "Participei da propina, sim. O dinheiro dos irmãos Chebar era meu dinheiro, sim", afirmou. Cabral declarou também que também são verdadeiras "99%" das declarações feitas à Justiça por Carlos Miranda, apontado como seu "homem da mala". Miranda revelou que fez várias operações de recebimento e distribuição de propina, em dinheiro vivo, por ordem do então governador.
Foto: Wilton Junior / Estadão

O emedebista afirmou que o ex-governador Luiz Fernando Pezão (MDB), preso no fim do ano passado, também recebeu propina quando era seu vice-governador e como seu secretário de Obras. "Ele trouxe com ele o Hudson Braga, que era 'braço direito' dele. E sim, também existia a taxa de oxigênio", confessou em depoimento à 7ª Vara Federal Criminal nesta terça-feira.

Segundo Cabral, houve um esquema de propina na primeira fase das obras no Maracanã, para os Jogos Pan-Americanos, quando o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM) era seu secretário de Esportes e Lazer. Cabral não disse se Paes recebeu propina, mas afirmou que arrecadou dinheiro para a campanha do ex-prefeito do Rio, por meio de caixa 2.

"Se não me falha a memória, Arthur Soares (conhecido como Rei Arthur, empresário e prestador de serviços para o Estado) deu, à campanha do Paes, de R$ 3 a R$ 4 milhões e depois reclamou muito porque os serviços não foram dados a ele. Ele colaborou com a campanha e esperava receber contratos. Depois acabou ganhando (a obra) do Centro de Operações do Rio", disse.

"São raríssimos os empresários que deram dinheiro para campanhas eleitorais e não esperavam contratos (públicos). Todos esperam retorno. No Brasil, isso é uma espécie de toma lá da cá. Uma ética de compromisso, você me ajudou, eu vou te ajudar. Não tem nada formalizado, mas está implícito", confessou.

Cabral disse que também fez questão que o ex-secretário de Paes e atual deputado federal Pedro Paulo (MDB) estivesse junto dele nessas negociações de caixa 2 da campanha de Eduardo Paes. O ex-governador, porém, isentou de responsabilidade sua mulher, Adriana Ancelmo, por negociações criminosas feitas por meio do escritório de advocacia dela. "Eu contaminei esse escritório quando pedi o repasse de caixa 2 para o dono da Rica. Ela não sabia de nada", afirmou. "No meu governo, havia promiscuidade entre dinheiro da propina e de campanha", acrescentou.

Estadão
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