Bolsonaro terá de depor à PF sobre plano de fuga
Arquivo achado em celular citava pedido de asilo a Milei
Bolsonaro foi intimado por Alexandre de Moraes a depor à PF sobre plano de fuga para a Argentina e coação ao STF, com indiciamento por obstrução de Justiça envolvendo Eduardo Bolsonaro e menção a Silas Malafaia.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) terá de depor à Polícia Federal sobre coação e obstrução de Justiça até sexta-feira (22), por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Moraes, que é relator do processo por tentativa de golpe, também determinou que Bolsonaro seja indagado sobre um suposto plano de fuga para a Argentina, onde pretendia pedir asilo a seu aliado, o presidente Javier Milei. Um documento nesse sentido foi encontrado pela PF no celular do ex-presidente.
"Diante de todo o exposto, intime-se a defesa de Jair Messias Bolsonaro para que, no prazo de 48 horas, preste esclarecimentos acerca: dos reiterados descumprimentos das medidas cautelares impostas; da reiteração das condutas ilícitas; e da existência de comprovado risco de fuga", afirmou Moraes em sua decisão.
O ex-presidente cumpre prisão domiciliar em Brasília desde 4 de agosto, em razão do descumprimento de medidas cautelares ordenadas pelo próprio Moraes.
"Os elementos de prova obtidos pela PF indicam que Bolsonaro tinha posse de documento destinado a possibilitar sua evasão do território nacional", acrescentou.
O magistrado intimou o ex-presidente a depor após ter recebido relatório da PF indiciando o ex-mandatário e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL) por obstrução da Justiça.
De acordo com o documento da Polícia Federal, baseado em arquivos de texto e voz extraídos dos telefones de Bolsonaro, o ex-mandatário e seu filho, que atualmente vive nos Estados Unidos, discutiram estratégias para pressionar o STF.
Segundo o relatório, Bolsonaro e Eduardo teriam buscado influenciar o governo americano a impor sanções contra o Brasil, como o tarifaço anunciado pelo presidente Donald Trump.
A PF também aponta o pastor Silas Malafaia como articulador do plano para coagir o Supremo, embora ele não tenha sido indiciado até o momento. O líder evangélico foi alvo de buscas no aeroporto do Rio de Janeiro.
