Bolsonaristas devem intensificar articulação para pautar projeto de anistia e reduzir pena do ex-presidente
Bolsonaro e sete aliados se tornaram réus por tentativa de golpe de estado
Após Jair Bolsonaro (PL) e sete de seus aliados virarem réus no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de estado, aliados do ex-presidente passaram a ver o projeto de anistia como uma maneira de abrandar penas para ele e outros investigados.
A intenção bolsonarista é acelerar a tramitação na Câmara dos Deputados do projeto que prevê o perdão aos condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Pautar o tema da anistia seria uma forma de pressionar o STF por penas menores aos envolvidos na tentativa de golpe contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), incluindo Bolsonaro.
Líderes do centro e do centrão afirmam que a tramitação da proposta depende apenas do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, e defendem já haver votos suficientes para aprovar a urgência do projeto.
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No entanto, a decisão de pautar ou adiar a discussão só depende de Motta, que não possui interesse em fazer esse movimento neste momento para evitar desgastes com o Supremo, apontou a Veja.
De acordo com a revista, Motta preferiria instalar primeiro uma comissão para analisar o projeto, o que retardaria sua possível aprovação. Por isso, a articulação dos apoiadores do ex-presidente para que o tema entre em discussão deve se intensificar nesta semana.
Bolsonaro pretende reforçar a narrativa de que é vítima de perseguição judicial no Brasil e mostrar, com o início da discussão, que há setores do Legislativo que questionam o processo conduzido pelo STF, apontou a jornalista Andreia Sadi, da Globonews, em seu blog.
Na última quarta-feira, 26, ministros da Primeira Turma do STF aceitaram, por unanimidade, a denúncia contra ex-presidente e mais sete aliados por tentativa de golpe.
Com a decisão, Bolsonaro e sete aliados se tornam réus e vão responder a ação penal pela trama golpista que culminou na invasão e depredação da sede dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023, poucos dias após a posse do presidente Lula.