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Policial prende assassino do próprio pai após 25 anos: 'Lavei minha alma e da minha família'

Responsável pelo crime ficou foragido por oito anos. Filha da vítima se tornou escrivã na Delegacia de Homicídios de RR

27 set 2024 - 11h55
(atualizado às 12h09)
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Gislayne prestou concurso e entrou para a polícia, atuando na delegacia de homicídios
Gislayne prestou concurso e entrou para a polícia, atuando na delegacia de homicídios
Foto: Divulgação/Polícia Civil RR

A escrivã Gislayne Silva de Deus, de 36 anos, perdeu o pai aos nove anos de idade, assassinado em Boa Vista, Roraima. Nesta quarta-feira, 25, a história teve o desfecho que ela buscou por toda a vida: o acusado pelo crime foi preso 25 anos depois, marcando o fim da busca por justiça da família.

Givaldo José Vicente de Deus era pai de Gislayne e outros quatro filhos. Ele foi assassinado aos 35 anos, com um tiro à queima roupa, disparado por Raimundo Alves Gomes, que queria cobrar uma dívida de R$ 150 em 1999.

“Com a prisão dele, lavei minha alma e a de toda minha família. Foi o encerramento de um ciclo. Hoje temos paz e o sentimento de que a justiça foi feita”, declarou, emocionada.

O autor do tiro foi condenado a 12 anos de prisão por homicídio, mas estava foragido desde 2016, quando teve o primeiro mandado de prisão expedido em seu nome. Nesta quinta-feira, 26, Raimundo passou por uma audiência de custódia, que manteve a prisão, e foi encaminhado para a cadeia em Roraima. 

A prisão, realizada pela Delegacia Geral de Homicídios, aconteceu na noite de quarta-feira, 25. O homem estava em uma chácara no bairro Nova Cidade, em Boa Vista. Um vídeo mostra o momento em que a escrivã ficou frente a frente com o assassino do pai.

O crime aconteceu em 16 de fevereiro de 1999, no bairro Asa Branca, em Boa Vista. Durante uma briga, Raimundo atirou em Givaldo ao cobrar uma dívida. Depois do tiro, ele chegou a levar a vítima para o hospital, mas fugiu logo em seguida. Gislayne e as irmãs, sendo a mais nova de 2 anos na época, ficaram órfãs.

Raimundo foi julgado e recebeu a sentença pelo Tribunal do Júri do Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR) 14 anos depois do crime, em 2013. Ele foi condenado a 12 anos de prisão por homicídio, e o caso foi concluído no mesmo ano.

Após 20 anos da condenação, o crime de homicídio prescreve, se a pena for maior que 12 anos. No caso de Raimundo, que foi condenado a 12 anos, a prescrição seria em 16 anos, a contar da conclusão do julgamento --ou seja, em 2029. 

Filha se tornou escrivã

Gislayne cursou Direito na faculdade e, sete anos depois, se tornou advogada. Ela prestou um concurso público e foi aprovada para seguir carreira na polícia. Em 2022, ela ingressou na polícia penal de Roraima e trabalhou na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo e também no Departamento do Sistema Prisional (Desipe) --sempre a espera de encontrar o assassino do pai preso.

Depois de um ano, foi aprovada no concurso público da Polícia Civil de Roraima e, no dia 19 de julho de 2024, assumiu o cargo de escrivã. Gislayne pediu para ser locada na Delegacia Geral de Homicídios (DGH), e acreditava que poderia encontrar e, finalmente, prender o autor do assassinato do pai. Foi assim que ela reuniu informações sobre o paradeiro do homem.

“A prisão dele representa não apenas a reparação de uma injustiça, mas também o poder da perseverança em nome da Justiça”, disse.

A policial contou ainda que a condenação foi possível porque a família nunca desistiu de fazer justiça. Agora, a história teve o ponto final que todos precisavam.

Fonte: Redação Terra
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