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Polícia

SP: ao menos 150 são levados a DP por participação em protestos

Segundo a Polícia Militar, manifestação reuniu 5 mil pessoas. Organizadores calculam número quatro vezes maior

13 jun 2013 - 23h36
(atualizado em 14/6/2013 às 04h47)
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<p>Milhares de pessoas foram às ruas de São Paulo protestar contra o aumento da tarifa do transporte público</p>
Milhares de pessoas foram às ruas de São Paulo protestar contra o aumento da tarifa do transporte público
Foto: Bruno Santos / Terra

Cerca de 150 pessoas foram detidas pela Polícia Militar para averiguação ao longo desta quinta-feira, encaminhadas para os 1º, 2º, 4º e 78º Distritos Policiais (todos na região central), no protesto contra o aumento do valor na tarifa da passagem do transporte público em São Paulo, segundo a Polícia Civil. 

Além da Tropa de Choque da Polícia Militar, a Ronda Ostensiva com Apoio de Bicicleta (Rocam), a Força Tática e a cavalaria particiaparam da operação que tentou conter os manifestos, totalizando aproximadamente 400 homens.

De acordo com os policiais civis no local, muitos jovens foram levados para a delegacia por terem vinagre dentro das mochilas. Os agentes não souberam, no entanto, explicar por que o porte da substância foi considerado motivo para averiguação. 

Os manifestantes dizem que levam vinagre para se proteger do gás lacrimogêneo. Ainda segundo a Polícia Civil, a maioria das pessoas detidas foram liberadas.

O estudante de geografia Tiago Gomes disse que ficou mais de quatro horas detido por ter vinagre na mochila. “O vinagre era para tentar me proteger do gás lacrimogêneo”, disse o rapaz, que nos outros três protestos promovidos pelo Movimento Passe Livre (MPL) foi atingido pelas bombas com a substância lançadas pela polícia. Levado para a delegacia no final da tarde, ele só pode sair depois das 20h.

Morador do Capão Redondo, periferia da zona sul paulistana, Jhonilton Sousa disse à reportagem da Agência Brasil que foi abordado no Largo São Francisco por policiais militares. Ao revistarem a mochila do jovem de 22 anos encontraram um cartaz de cartolina contra o aumento das passagens e uma jaqueta do movimento punk, com o símbolo da anarquia. “Ai ele disse: a não, anarquia, não. E me levou preso”, relatou o jovem, que ficou mais de três horas na delegacia.

A história é semelhante à contada pelo jornalista Marcel Buono, de 23 anos. Ao chegar à estação Anhangabaú, da Linha 3-Vermelha do Metrô, ele foi abordado por policiais. “Logo na saída tinha uma fileira de policiais fazendo revista”, disse. Os PMs encontraram na mochila uma câmera de vídeo que o rapaz pretendia usar para filmar o protesto para um blog de cobertura colaborativa montado com amigos.

Marcel disse que os policiais foram truculentos na abordagem. “Colocaram dentro do ônibus (para levar para a delegacia) e tinha que sentar em cima da mão. Disseram que se tirasse a mão ia ser encarado como uma agressão”, relatou o jovem, que também só foi liberado após as 20h.

Segundo o Movimento Passe Livre, 100 pessoas estariam feridas. Ainda não há confirmação do número oficial de feridos no protesto. A Polícia Militar divulgou que ao menos quatro policiais sofreram ferimentos leves na operação.

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Segundo PM, protesto reuniu 5 mil pessoas. Número é maior segundo MPL

A manifestação de hoje reuniu 5 mil pessoas, segundo a PM. Já o Movimento Passe Livre afirma que cerca de 20 mil pessoas protestaram nesta quinta-feira. 

A manifestação de hoje foi a quarta desde o dia 6 contra o aumento das tarifas públicas, que passou de R$ 3 para R$ 3,20 na semana passada. Em todos houve confronto com a polícia e depredações feitas pelos manifestantes.

O protesto saiu da frente do Theatro Municipal de São Paulo, passou pela praça da República e seguiu com destino à praça Roosevelt. Os policiais negociavam com representantes do Movimento Passe Livre para que a manifestação se encerrasse na praça, mas parte dos manifestantes continuaram seguiram adiante.

A força tática usou bombas de gás e balas de borracha para tentar impedir que os manifestantes avançassem na rua da Consolação, na altura da rua Maria Antônia, e bloqueassem os dois sentidos da via, mas um grupo de cerca de 400 manifestantes ultrapassou o bloqueio da PM, que usou gás lacrimogêneo, tiros de borracha e bombas de efeito moral para tentar conter o avanço dessas pessoas. Os manifestantes responderam com rojões, lixeiras e pedras.

Com a interrupção do tráfego, carros ficaram parados na região. Alguns motoristas abandonaram os veículos, para tentar fugir do tumulto.

Ônibus que usavam o corredor na rua da Consolação também não conseguiam seguir viagem e foram abandonados pelos passageiros. Cerca de 30 veículos foram vandalizados, e tiveram janelas quebradas, além de serem pichados.

Por conta da ação desse grupo de manifestantes, a rua da Consolação teve o trânsito interrompido nos dois sentidos. Os manifestantes recuaram para a praça Roosevelt gritando em coro: "Policia fascista! Sem violência". Outro grupo seguiu pela rua Augusta, que também teve o trânsito interrompido.

Bombas de gás lacrimogêneo foram lançadas dentro do campus da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). 

Manifesto também bloqueou trânsito na rua Augusta

Os policiais também bloquearam o acesso à rua Augusta e cercaram as saídas da praça Roosevelt, numa tentativa de controlar os manifestantes e evitar que eles se deslocassem até a avenida Paulista.

Além das pessoas que faziam parte do protesto, populares se reuniram na praça Roosevelt, para tentar escapar dos conflitos. 

Além do cruzamento da rua Maria Antônia com a Consolação, manifestantes e policiais se enfrentaram também no encontro da rua Coronel José Eusébio com a avenida Angélica, próximo ao cemitério da Consolação.

Protesto fecha avenida Paulista

Por volta das 20h10, a avenida Paulista ficou completamente fechada. Homens da Tropa de Choque fizeram uma barreira para evitar que manifestantes ocupassem a via.

Manifestantes e policiais se enfrentaram na avenida Paulista, por volta das 21h10, na altura do Condomínio Conjunto Nacional e também próximo ao Edifício Gazeta. Cerca de 300 homens da Tropa de Choque tentavam dispersar o grupo envolvido no protesto, que pedia para que a PM agisse "sem violência".

O Terra flagrou três estações da Linha 2-Verde do Metrô que passam pela avenida Paulista (Consolação, Brigadeiro e Trianon-Masp) sendo fechadas por seguranças, por volta de 21h15. Assim que a polícia dispersava manifestantes próximos às estações, a entrada era liberada. Procurada, a empresa negou que estações tenham sido fechadas.

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Novo protesto

Em nota, o Movimento Passe Livre criticou a ação da Polícia Militar, e a prefeitura de São Paulo. Um novo protesto foi anunciado para a próxima segunda-feira. Os manifestantes se reunirão e frente à estação Faria Lima do Metrô, às 17h.

"Apesar do caráter completamente pacífico, a marcha foi violentamente atacada pela Polícia Militar", criticou o movimento que organiza as manifestações. "Ao longo de toda semana, o Movimento Passe Livre vem buscando por diversas vias estabelecer diálogo com a prefeitura e com o governo (do Estado), mas recebeu como resposta apenas a repressão", disse ainda na nota o MPL. 

Nesta quinta-feira, Haddad afirmou que, no início das manifestações, “deixou as portas abertas para o diálogo e foi recusado por parte dos manifestantes. Antes de qualquer violência ter acontecido na cidade. E depois, todos conhecem a história”.

Haddad criticou a violência do grupo, e afirmou que não vê problemas em manifestações, desde que pacíficas. "O que a cidade repudia é a violência. São Paulo está acostumado com manifestações. O que a cidade não aceita é a forma violenta de se manifestar e se expressar. Com isso (violência), a cidade não compactua."

Com informações da Agência Brasil

Fonte: Terra
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