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Polícia

RJ: comércio declara apoio a lei que pune vandalismo em protestos

11 out 2013 - 22h48
(atualizado às 22h55)
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O comércio do Rio de Janeiro, por meio da Federação do Comércio do Rio (Fecomércio-RJ), divulgou nota de apoio à utilização de recursos legais duros contra praticantes de atos de vandalismo, promovidos por grupos de mascarados, de roupa preta e usando máscaras contra gás, identificados como Black Blocs, que atuam nas recentes manifestações de protesto.

Desde junho, os comerciantes do Rio de Janeiro estão entre os mais prejudicados pela ação de manifestantes violentos, que impedem a abertura de lojas, depredam instalações, atacam vitrines e estoques e afugentam a clientela.

Segundo a Fecomércio, o setor apoia a aplicação para casos de vandalismo, da Lei de Associação Criminosa, sancionada em agosto, que passou a vigorar em meados de setembro. A nova lei prevê pena de três a oito anos de prisão para praticantes de crimes ou atos violentos que forem flagrados em grupos de três ou mais pessoas, podendo chegar até 12 anos em caso de emprego de arma de fogo ou envolvimento de menores.

"Nos últimos tempos, as manifestações populares ganharam uma faceta mais agressiva com a entrada em cena dos chamados Black Blocs, que deixam um rastro de violência e destruição. É preciso tomar cuidado com avaliações precipitadas do tamanho do prejuízo para o comércio, até porque as manifestações ainda estão ocorrendo e suas consequências são impresíveis. O que podemos dizer sem medo de errar é que os custos para o empresário do comércio vão muito além de vitrine quebrada ou da loja saqueada", disse o presidente da Fecomércio-RJ, Orlando Diniz.

Segundo Diniz, não dá para atribuir um valor ao tempo que o comerciante fica parado, com as portas cerradas. Esse tempo sem trabalhar se soma às perdas em termos de estoque e ao que ele deixa de faturar em razão do afastamento dos consumidores, assustados com a insegurança reinante nas ruas, "que inibe consumo presente e pode, com certeza, inibir investimentos futuros", gerando diminuição na geração de empregos. "É preciso ação firme contra a destruição de patrimônio e criar linhas especiais para atender tanto às empresas destruídas quanto à rápida recuperação do patrimônio público. Combater o vandalismo, dentro da lei, tem nosso total e irrestrito apoio."

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus. A mobilização surtiu efeito e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas – o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. "Essas vozes precisam ser ouvidas", disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Agência Brasil Agência Brasil
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