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Polícia

Nem da Rocinha é condenado a 12 anos de prisão por tráfico

24 jan 2013 - 21h21
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O traficante Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha, foi condenado nesta quarta-feira a 12 anos de prisão em regime fechado pelo crime de tráfico de drogas pelo juiz Marcel Luna Duque Estrada, da 36ª Vara Criminal do Rio de Janeiro. Já Anderson Rosa Mendonça, o Coelho, suspeito de chefiar o tráfico no Morro do São Carlos, na zona norte da capital, foi absolvido por falta de provas. Os dois eram acusados de integrar a facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA) e se associaram para aquisição, transporte e fornecimento de insumos para produção de cocaína.

Segundo denúncia do Ministério Público Estadual, Nem e Coelho produziram cocaína entre agosto de 2007 e maio de 2009 na favela da Rocinha e no Morro de São Carlos, no Estácio. As investigações da Polícia Civil sobre a facção criminosa ADA revelaram um laboratório de refino da pasta base de cocaína na favela da Rocinha. Diante das constantes operações policiais na comunidade, houve a transferência do laboratório para o Morro do São Carlos, local onde Coelho atuava como chefe do tráfico. Mas as incursões policiais na região obrigaram os traficantes a retornarem à Rocinha. A denúncia também relata que, em 2009, outras duas refinarias foram descobertas na comunidade.

Na sentença, o juiz destaca a liderança criminosa de Nem na Rocinha como um fato notório, cabalmente demonstrado nas provas e nos depoimentos das testemunhas, o que desencadeou em sua condenação.

"Verifica-se que a culpabilidade do réu é intensa, na medida em que ele tinha posição de chefia no grupo criminoso e atuava com desfaçatez e desenvoltura, articulando tramas criminosas por longo período de tempo e sem a preocupação de se expor na comunidade em que vivia, afrontando a todos como marginal declarado", completou o magistrado.

Com relação a Coelho, o juiz afirma que as investigações comprovaram que ele chefiava o tráfico no Morro do São Carlos ao lado do traficante Rogério Rios Mosqueira, o Roupinol. Os dois, juntos com Nem, eram integrantes da facção criminosa ADA. No entanto, o magistrado entendeu que faltaram provas para a condenação de Coelho.

"Não obstante a existência de indícios - até fortes - de autoria, não se pode afirmar sem medo de errar que o réu Anderson participara do crime nos termos da denúncia. (...) Portanto, diante da consequente insuficiência de provas, em face da dúvida referida acima, é de ser absolvido o acusado Anderson", destacou o juiz na sentença.

Atualmente, Nem e Coelho estão na Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Os dois foram presos em novembro de 2011, dias antes da ocupação da Favela da Rocinha pelas forças de segurança. A favela possui hoje a maior Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Rio.

Jornal do Brasil Jornal do Brasil
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