MP e Corregedoria fazem buscas contra delegado citado em investigação de delator do PCC
Alvo de operação tem alto cargo na Polícia Civil. Nome dele foi encontrado em telefone de policial preso por suspeita de extorquir Gritzbach
Um delegado classe especial da Polícia Civil é alvo de mandados de busca e apreensão que são cumpridos pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) e pela Corregedoria da Polícia Civil na manhã desta terça-feira, 4. A ação é um desdobramento da investigação sobre corrupção após a morte do delator do PCC Vinícius Gritzbach.
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O delator foi morto a tiros no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na Grande São Paulo, em novembro do ano passado.
Segundo informações da TV Globo, o delegado alvo da operação é Alberto Pereira Matheus Junior, que ocupa o mais alto cargo na Polícia Civil. Ele ocupou postos de destaque no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), e no Departamento Estadual de Investigações sobre Entorpecentes (Denarc). A defesa dele não foi encontrada para comentar o caso.
O nome do delegado apareceu durante uma análise no telefone do investigador Eduardo Lopes Monteiro, que foi preso pela Polícia Federal em dezembro de 2024 por suspeita de extorquir Gritzbach, levando bens e dinheiro. Mais três policiais civis foram presos.
De acordo com a Polícia Federal, Alberto fez pedidos de dinheiro a Eduardo Monteiro constantemente, em diálogos analisados no celular. Os pagamentos foram feitos via Pix nas contas da esposa e do filho do delegado. A suspeita é que Monteiro fazia pagamentos periódicos a Alberto como uma espécie de “pedágio” pelo cargo que ocupava, segundo a investigação.
As autoridades afirmam que o dinheiro usado nos pagamentos era obtido por atos de corrupção policial, o que é chamado de “recolha” no jargão policial.
O celular do delegado não foi levado pelos investigadores, item que é considerado fundamental para as apurações. Alberto afirmou que perdeu o telefone na segunda-feira, 3, véspera da operação, e fez até boletim de ocorrência.
Alberto Pereira foi chefe do delegado Fabio Baena e do investigador Eduardo Monteiro, citados diretamente na delação do Gritzbach.