Exército irá ocupar o Complexo de favelas da Maré, no Rio
Após passar cerca de uma hora e 30 minutos reunido com o ministro de Justiça, José Eduardo Cardoso, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, anunciou que o Exército irá ocupar o Complexo de Favelas da Maré. A ocupação, por enquanto, não tem tempo determinado e deve seguir até a instauração de uma Unidade de Polícia Pacificadora na região, prevista pelo governo para o segundo semestre.
“Solicitamos a GLO (garantia da lei e da ordem) para a Maré, que é um ponto importante, próximo ao aeroporto, em que vivem mais de 100 mil pessoas”, explicou Cabral. "Essa entrada não tem mais saída, é uma área que já estava no cronograma de pacificação."
Cardozo, no entanto, não adiantou qual será o tamanho do contingente que será alocado na Maré nem por quanto tempo as forças armadas permancerão no local, adiantando apenas que as tropas irão permanecer "o quanto for necessário".
As outras áreas da cidade permanecerão sobre o controle das forças policiais do Estado. O governador viajou a Brasília na sexta-feira para pedir ajuda à presidência depois de uma série de ataques as Unidades de Polícia Pacificadora da cidade na semana passada. As bases das UPPs das comunidades de Manguinhos e Lins de Vasconcelos foram atacadas na quinta-feira.
Na ação dos criminosos, contêineres da UPP do Mandela foram incendiados e o comandante da UPP de Manguinhos, capitão Gabriel Toledo, foi atingido por um tiro na perna direita. Outro militar foi atingido por uma pedrada na cabeça e, na semana passada, o subcomandante da UPP da Vila Cruzeiro, Leidson Acácio, foi baleado na testa ao ser cercado por um grupo de criminosos. Ele chegou a ser levado para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
A polícia militar do Rio ocupa desde sexta-feira seis favelas da cidade em preparação para a chegada das tropas nacionais.