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Caso Bruno

Quaresma acredita que existe um acordo para reduzir pena de Bruno

"Agora vamos ver a sentença, essa é a palavra mágica. Acordo e sentença não combinam", disse o advogado de Bola

6 mar 2013 - 20h17
(atualizado às 20h23)
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<p>O goleiro Bruno chora durante seu julgamento no Fórum de Contagem (MG)</p>
O goleiro Bruno chora durante seu julgamento no Fórum de Contagem (MG)
Foto: Renata Caldeira / TJMG / Divulgação

Após ver o goleiro Bruno Fernandes revelar, em depoimento na tarde desta quarta-feira, no fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, que Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, foi o assassino de Eliza Samudio, o advogado Ércio Quaresma, que defende o ex-policial civil, afirmou que existe um acordo para uma redução de pena do ex-atleta.

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"Eu deixei claro nas minhas perguntas que houve um acordo para o Bruno falar tudo o que falou. Agora vamos ver a sentença, essa é a palavra mágica. Acordo e sentença não combinam", disse.

O defensor de Bola explicou o motivo de fazer perguntas sem a presença de Bruno no plenário. "Se o Bruno quer responder ou não é uma questão, 'são outros 500'. O que eu não posso fazer é deixar de pontuar cada tópico", afirmou.

Quaresma também comentou a estratégia de Bruno, que admitiu saber que Macarrão contratou Bola para matar Eliza. "O Bruno pensou: 'O Macarrão contou aquilo tudo e teve oito anos de redução de pena. Eu estou fodido mesmo, condenado, vou fazer o mesmo e tentar uma pena menor. Daqui a três anos, estou jogando bola de novo'",  analisou. "Agora, com essa estratégia, ele vai ser condenado até pelo crime de ocultação de cadáver, coisa que o Macarrão não foi condenado," disse Quaresma.

O caso Bruno

Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.

Conheça as acusações e penas máximas possíveis contra os réus

Réu Acusações Pena máxima
Bruno Homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado de Eliza Samudio 41 anos
Dayanne Sequestro e cárcere privado do filho de Eliza Samudio 5 anos
 

Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães. 

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. 

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão. 

Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado. 

No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo.  O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. O julgamento de Bruno e de Dayane Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi remarcado para 4 de março de 2013. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, teve o júri marcado para abril de 2013. 

Fonte: Terra
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