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Caso Bruno

Bola vai a julgamento por morte de jovens em sítio em MG

5 ago 2014 - 14h02
(atualizado às 14h04)
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Bola foi condenado a 22 de prisão pela morte e ocultação de cadáver de Eliza Samudio
Bola foi condenado a 22 de prisão pela morte e ocultação de cadáver de Eliza Samudio
Foto: Renato Caldeira/TJMG / Divulgação

A Justiça de Minas Gerais determinou que Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, e outros três ex-policiais sejam submetidos a júri popular pela morte de dois homens em 2008, na cidade de Esmeraldas, na Grande BH. Segundo decisão judicial, os acusados serão julgados pelas mortes de Paulo César Ferreira e Marildo Dias de Moura, ocorridas em um sítio de treinamento do Grupo de Respostas Especiais (GRE). Bola foi condenado no ano passado pela morte de Eliza Samudio, amante do goleiro bruno, a 22 anos de prisão.

De acordo com denúncia do Ministério Público, Bola e os três policiais abordaram as duas vítimas em um veículo nas proximidades do sítio de treinamento. Os quatros constataram que os suspeitos possuíam antecedentes criminais. Achando que a dupla iria praticar roubo de cargas na região, os policiais acabaram colocando os suspeitos em uma viatura e os levaram para o sítio, onde foram interrogados, despidos, algemados e torturados. Após o processo de tortura, as vítimas foram asfixiadas e esquartejadas.

O desaparecimento das vítimas foi registrado por familiares em maio de 2008. Um ano depois desse registro, uma denúncia anônima chegou à Corregedoria-Geral de Polícia Civil afirmando que os quatro acusados tiveram participação no crime. Segundo o Ministério Público, o caso foi apurado pela Corregedoria. Em uma decisão no ano passado, a Justiça concedeu aos comparsas de bola o direito de recorrer em liberdade.

O caso Bruno

Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães. 

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão. 

Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado. 

No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo.  O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. No dia 8 de março de 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão, dos quais 17 anos e seis meses terão de ser cumpridos em regime fechado. Dayanne Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi absolvida. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, foi condenado a 22 anos em abril de 2013.

Fonte: Terra
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