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Polícia

Atirador dizia 'vou matar vocês', afirma aluna de escola

7 abr 2011 - 18h02
(atualizado às 21h10)
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Jade de Araújo, 12 anos, aluna do 6º ano da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, quando saiu de casa, nesta quinta-feira, para o que seria mais um dia normal de aula, não imaginava que iria testemunhar um episódio de violência envolvendo ela e seus colegas de colégio. As turmas já estavam nas salas, quando por volta das 8 horas, um ex-aluno, Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, entrou e atirou em alunos e funcionários. O atirador se matou após ser baleado por um policial.

Policiais foram acionados na manhã desta quinta-feira após um homem ter invadido e disparado contra alunos
Policiais foram acionados na manhã desta quinta-feira após um homem ter invadido e disparado contra alunos
Foto: Luiz Gomes / Futura Press

Veja localização de escola invadida por atirador

Jade de Araújo disse que presenciou toda a ação do criminoso e que ficou com muito medo. A turma dela, cuja sala fica no segundo andar do prédio, fazia prova de ciências no momento em que os tiros começaram. "Vieram duas meninas falando pra gente sair da sala e subir para o terceiro andar, senão ele ia matar a gente. Saiu um pisoteando o outro e, no terceiro andar, já tinha muita gente agonizando. Ele gritava: vou matar vocês, vou matar vocês. E as crianças gritavam: não me mata, não me mata", disse.

A mãe de Jade, Lúcia Ramos, que mandou o irmão de 17 anos buscar a menina na escola assim que soube do ocorrido, estava com medo de manter os filhos na escola onde o massacre ocorreu. "Por mim nem mandaria as crianças para a escola de novo", desabafou.

Felipe Luiz, pai de um aluno de 14 anos, esteve no local e disse que foi "uma visão tenebrosa". Morador da mesma rua que se está localizada a Escola Municipal Tasso da Silveira, afirmou que estava em casa quando ouviu os tiros e que ao entrar na escola se deparou com uma cena de terror. "Vi crianças baleadas, ensanguentadas. Não dá para explicar porque um sujeito vem até aqui e atira em crianças. Aqui é uma região tranquila. O colégio é bom e tem uma certa segurança", afirmou.

Felipe Luiz foi um dos primeiros a ajudar no socorro das vítimas. "Os bombeiros chegaram rápido e trabalharam muito bem", disse.

Atentado

Um homem matou pelo menos 12 estudantes a tiros ao invadir a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, na manhã do dia 7 de abril. Wellington Menezes de Oliveira, 24 anos, era ex-aluno da instituição de ensino e se suicidou logo após o atentado. Segundo a polícia, o atirador portava duas armas e utilizava pelo menos 10 dispositivos para recarregar os revólveres rapidamente. As vítimas tinham entre 12 e 14 anos. Outras 18 ficaram feridas.

Wellington atirou em duas pessoas ainda fora da escola e entrou no local alegando ser palestrante. Ele se dirigiu até uma sala de aula e passou a atirar na cabeça de alunos. A ação só foi interrompida com a chegada de um sargento da Polícia Militar, que estava a duas quadras da escola. Ele conseguiu acertar o atirador, que se matou em seguida. Em uma carta, Wellington não deu razões para o ataque - apenas pediu perdão de Deus e que nenhuma pessoa "impura" tocasse em seu corpo.

Fonte: O Dia
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