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Planilha indica caixa 2 em campanha de Bolsonaro e ministro

Reportagem liga presidente ao esquema de laranjas do PSL

7 out 2019 - 15h00
(atualizado às 16h12)
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Um depoimento dado à Polícia Federal (PF) e uma planilha apreendida em uma gráfica sugerem que dinheiro do esquema de candidaturas laranjas em Minas Gerais foi desviado com o objetivo de ser repassado, por meio de caixa dois, para as campanhas do presidente Jair Bolsonaro e do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.

Planilha indica caixa 2 em campanha de Bolsonaro e ministro
Planilha indica caixa 2 em campanha de Bolsonaro e ministro
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

    A informação foi revelada neste domingo (6) em reportagem do jornal "Folha de S. Paulo" e diz que a PF sugeriu a abertura de uma nova investigação para apurar as contas de campanha do ministro em mais um capítulo do escândalo envolvendo o PSL.

    A publicação informa que Haissander Souza de Paula, assessor parlamentar de Álvaro Antônio à época e coordenador de sua campanha a deputado federal no Vale do Rio Doce (MG), disse à PF que "acha que parte dos valores depositados para as campanhas femininas, na verdade, foi usada para pagar material de campanha" dos dois afiliados ao PSL. Segundo ele, em uma planilha batizada "MarceloAlvaro.xlsx", apreendida na empresa Viu Mídia, estão os dados sobre fornecimento de material eleitoral para a campanha de Bolsonaro com a expressão "NF", que seria Nota Fiscal, e "out", que conforme os investigadores diz respeito a pagamento "por fora".

    No entanto, não há referências de gastos com a companhia na prestação de contas entregue pelo chefe de Estado à Justiça Eleitoral. A nova polêmica acontece poucos dias depois do ministro do Turismo ser indiciado pela Polícia Federal e denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) sob a acusação de comandar a escolha de candidaturas de mulheres na eleição de 2018 para desviar verba eleitoral no estado. Álvaro Antônio foi indiciado por omissão na prestação de contas de campanha e pelo crime de associação criminosa, como parte da conclusão do inquérito da PF. Em nota enviada ao jornal, o advogado do ministro do Turismo disse que o depoimento de Haissander foi realizado "sem a observância dos critérios legais".

    Ontem (6), o presidente brasileiro, por sua vez, fez duras críticas ao jornal após a denúncia do suposto esquema de caixa dois. Em mensagem publicada nas redes sociais, Bolsonaro disse que "a Folha de S.Paulo avançou a todos os limites, transformou-se num panfleto ordinário às causas dos canalhas".

    "Com mentiras, já habituais, conseguiram descer às profundezas do esgoto", afirmou. Bolsonaro ainda ressaltou que não utilizou dinheiro do fundo partidário na campanha eleitoral à Presidência em outubro do ano passado. "Não usei dinheiro do fundo partidário. Foram R$1,7 bilhão distribuídos aos partidos. Arrecadei na internet R$4 milhões e usei apenas a metade", escreveu. O presidente também afirma que tentou doar a sobra de R$2 milhões para a santa Casa de Juiz de Fora, mas a legislação não permitiu. "O que mais me surpreende são os patrocinadores que anunciam nesse jornaleco chamado de Folha de São Paulo", finalizou.

Ansa - Brasil   
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