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Pesquisadores apuram morte de peixes na Baía de Guanabara

Savelhas mortas começaram a aparecer no local no final de outubro

18 nov 2014 - 17h28
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<p>Pescadores e ambientalistas mostram a mortandade de peixes e aves durante um passeio de traineira pela Ba&iacute;a da Guanabara, no Rio de Janeiro, RJ.</p>
Pescadores e ambientalistas mostram a mortandade de peixes e aves durante um passeio de traineira pela Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro, RJ.
Foto: José Lucena / Futura Press

Especialistas estão tentando achar o motivo da mortandade de savelhas, que começaram a aparecer na Baía de Guanabara no final de outubro. Técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), agentes da Coordenadoria Integrada de Combate aos Crimes Ambientais (CICCA) e especialistas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) recolheram nesta terça-feira savelhas vivas e mortas para realizar análises bioquímicas. O resultado servirá  para identificar a causa da mortandade da espécie e deve ficar pronto dentro de 40 dias.  

O estudo vai mostrar também se alguma enzima mudou e se alguma substância no organismo da savelha se transformou e provocou a mortandade. O objetivo é evitar que casos como esses continuem a ocorrer. Para a presidente do Inea, Isaura Fraga, a causa está próxima de ser descoberta pelos especialistas.

"É um mistério, na verdade. A savelha é uma espécie que não tem valor comercial, então ela não tem tantos estudos científicos que mostram como é o comportamento dela. Além disso, nós estamos em uma situação atípica de seca, onde os rios não estão contribuindo tanto com volume de água na Baía de Guanabara como normalmente e isso tudo junto está tornando a questão um pouco mais complexa", explicou Isaura.

Especialistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), já fizeram análises de micro algas tóxicas e não encontraram relação com a mortandade até o momento. Agora, será colhido  o sangue para estudar os tecidos e as enzimas em savelhas saudáveis e mortas. O Inea também está levantando as empresas que podem estar trabalhando com algum potencial poluidor específico que poderia causar  a mortandade das savelhas, mas, segundo o professor de bioquímica do Instituto de Biologia, Roberto Alcântara Gomes, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), se houvesse alguma poluição de produtos químicos na água, outras espécies também morreriam.

“Por isso acho que deve ser um ajuste particular dessas savelhas quanto à reprodução", avaliou Roberto Alcântara Gomes. De acordo com o professor, a provável causa da morte das savelhas seria a falta de chuva, mas é preciso obter o resultado das análises para poder ter certeza se é isso o que causa a mortandade dos peixes.. Um trabalho a longo prazo será realizado pelo Inea para estudar outras espécies de peixes da Baía de Guanabara e analisar esse comportamento em relação a mudanças climáticas, de salinidade, físico químicas e para criar um cenário do que pode ter ocorrido.

Agência Brasil Agência Brasil
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