Organizadores de vaquinha voltam atrás e dizem que vão repassar dinheiro a alpinista que resgatou corpo de Juliana Marins
Instituições tinham cancelado a arrecadação e informado que iriam devolver valor integral no domingo, 29
Organizadores da vaquinha para o alpinista Agam, que resgatou o corpo de Juliana Marins, voltaram atrás e decidiram repassar 100% do valor arrecadado, sem taxas, após críticas dos internautas.
A Razões para Acreditar e a Voaa, organizações responsáveis pela vaquinha para arrecadar fundos para o alpinista Agam, informaram nesta segunda-feira, 30, que vão repassar 100% do valor arrecadado ao voluntário e não cobrarão taxa.
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Em um vídeo publicado nas redes sociais, Vicente Carvalho, sócio-fundador da instituição, disse que desde o início da arrecadação estavam lendo cada comentário, críticas e publicações e, com base nelas, tinham optado pelo cancelamento.
“Quando fizemos esse comunicado, muitos de vocês afirmaram o desejo e a importância desse valor chegar até ele. E vocês têm toda a razão. Por isso, a gente decidiu transferir para o Agam 100% do valor arrecadado, sem desconto da taxa”, informou.
De acordo com ele, já iniciaram o processo de documentação e estão trabalhando para concluir o processo da forma mais rápida possível. Caso algum doador ainda deseje ser reembolsado, o interessado deve procurar as instituições através do e-mail: vaquinha.agam@voaa.me nas próximas 48h e um estorno será realizado.
“Queria dizer que estamos revendo internamente nossa política de taxas. Muito obrigado a todos que nos ajudaram a refletir com respeito e cuidado. Seguimos juntos com o mesmo propósito de sempre, acreditar e transformar”, concluiu Carvalho.
Entenda o caso
A informação vem um dia após o anúncio das instituições que iriam cancelar o envio do valor arrecadado. A decisão tinha sido informada por meio de um comunicado publicado nas redes sociais. Nele, a Razões para Acreditar e a Voaa explicaram que iriam fazer a devolução integral e automática das doações arrecadadas a partir desta segunda-feira, 30.
“Reconhecemos com humildade que, neste momento, a discussão em torno da ‘Vaquinha do Agam’ desviou a atenção da essência da campanha e, principalmente, da história que desejávamos apoiar. [...] Reconhecemos que a comunicação nesta história poderia ter sido mais clara”, disseram as organizações.
Ainda, segundo eles, receberam “ataques, ameaças, informações falsas e mensagens de ódio” por estabelecerem uma taxa de 20% imposta na vaquinha. A taxa praticada pela Voaa, onde a vaquinha estava hospedada, era resultado de um modelo de operação, “que vai muito além de simplesmente disponibilizar uma plataforma para arrecadação”.
“Diferente de outras soluções do mercado, assumimos integralmente a curadoria, verificação, produção de conteúdo, comunicação estratégica, gestão jurídica e financeira, além do acompanhamento completo até o desfecho de cada campanha. Essa estrutura é mantida por uma equipe especializada e dedicada, e envolve inúmeros custos fixos. Não se trata apenas de intermediar doações, mas de oferecer um serviço completo, seguro e transparente - que garante que cada história seja verdadeira, bem contada e que o valor arrecadado chegue com responsabilidade a quem realmente precisa”, argumentam.
Nos comentários, os internautas se mostraram revoltados com o desenrolar do caso, visto que o alpinista já tinha conhecimento da ajuda. “Era só cancelar os 20% de vocês. Agora vão deixar o Argam e a equipe que já sabiam tudo o que tinha sido arrecadado de mãos vazias? Esse vai ser o fim de vocês”, escreveu um perfil.
“Achei a atitude infantil, minimamente maldosa. O cara já estava na expectativa e vocês cancelam? Então vamos lá!!! Cancela TODAS as Vaquinhas vigentes. Vocês acham isso justo? Só porque foram questionados por pessoas que não entendem que NÃO EXISTE ALMOÇO GRÁTIS EM NENHUM LUGAR DO MUNDO? Por favor, vamos ser profissionais e MAIS ADULTOS? VAMOS?”, acusou mais uma.
“Cancelar só descredibiliza a página. Continue com o compromisso firmado com o agam, depois a gente resolve isso”, diz uma internauta.