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Ministro da CGU se refere a Simone Tebet como descontrolada e vira investigado em reação da CPI

21 set 2021 - 18h21
(atualizado às 18h48)
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O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, disse, durante depoimento na CPI da Covid do Senado nesta terça-feira que a senadora Simone Tebet (MDB-MS) estava "totalmente descontrolada", o que gerou uma forte reação diante da declaração machista, e a comissão decidiu incluí-lo no rol de investigados.

16/09/2021
REUTERS/Adriano Machado
16/09/2021 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

Durante sua fala, Simone Tebet fez uma apresentação pormenorizada do que considera de "incongruências" na atuação da CGU em investigar as irregularidades do contrato do Ministério da Saúde para a compra de doses da vacina indiana Covaxin.

A parlamentar apontou que a CGU atuou somente após a revelação de suspeitas nas tratativas e não preventivamente, podendo impedir o avanço da negociação.

No início da resposta, Wagner Rosário recomendou à senadora "lesse tudo de novo" alegando que ela havia dito inverdades. Ela rebateu-o, pedindo respeito e que estaria se comportando como um "menino mimado".

Exaltado, o ministro disse que ela havia chamado-o de "engavetador" e depois disse que estava "totalmente descontrolada" ao atacá-lo.

Após esse comentário, Simone e os senadores da CPI reagiram imediatamente, chamando o ministro de "machista" e se iniciou um duro bate-boca. O ministro, advogados e senadores levantaram-se dos seus lugares e a altercação elevou-se com dedos em riste e declarações fortes.

O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), decidiu suspender a sessão temporariamente para acalmar os ânimos.

No retorno, já sem a presença de Wagner Rosário na sala da CPI, Omar Aziz decidiu acatar a sugestão feita pelo relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), e incluir Wagner Rosário na lista de investigados do colegiado.

Em entrevista após o fim da reunião, Simone Tebet disse que Rosário havia tentado "passar pano" na questão do contrato da Covaxin e fez uma defesa intransigente e equivocada do governo federal e do Ministério da Saúde. Ela disse que o ministro "não aguentou" e partiu para pronunciamentos e falas infelizes.

Questionada sobre a declaração de descontrole feita por Rosário, a senadora disse que não vai polemizar com esse ponto e destacou que uma eventual investigação por crime de desacato do ministro cabe ao relator da CPI.

Também em entrevista, o senador governista Marcos Rogério (DEM-RO) admitiu que a resposta do ministro foi "fora do tom" e não adequada por se tratar de uma senadora da República. Ainda assim, ele disse que Rosário --a quem considera ter prestado um bom depoimento-- estava sendo provocado desde o começo da sessão da CPI.

No início da noite, o ministro da CGU divulgou uma mensagem no Twitter em que afirma ter pedido desculpas pessoalmente à senadora.

"Senadora @SimoneTebetms. Apesar de tê-lo feito pessoalmente, reitero meus pedidos de desculpas caso minhas palavras tenham lhe ofendido. Às vezes, no calor do embate, somos agressivos inconscientemente. Estendo minhas desculpas a todas mulheres que tenham se sentido ofendidas", disse ele, em sua conta no Twitter.

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