Lula critica decisão britânica de extraditar Julian Assange
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera a corrida eleitoral, criticou nesta sexta-feira (17) a decisão do Reino Unido de extraditar o jornalista e fundador do Wikileaks, o australiano Julian Assange.
"Hoje tomaram a decisão de extraditar o Assange para os EUA. E se ele for extraditado, certamente é prisão perpétua, e ele morrerá na cadeia. E nós, que estamos aqui falando de democracia, precisamos perguntar: que crime o Assange cometeu?", escreveu ele em uma publicação no Twitter.
O petista enfatizou que Assange cometeu "o crime de falar a verdade, mostrar que os EUA, através de seu departamento de investigação, sei lá se da CIA, estava grampeando muitos países do mundo, inclusive grampeando a presidenta Dilma Rousseff".
De acordo com Lula, "ele denunciou as falcatruas e espionagens feitas pelo país mais importante do planeta".
"Os EUA pediram desculpas para Angela Merkel, mas não ao Brasil. Se alguém cometeu um crime foi quem, em nome dos EUA, estava espionando outros países. Inclusive espionando sobre a Petrobrás", acrescentou.
Assange é acusado de 18 crimes nos EUA, entre eles espionagem, por ter vazado documentos secretos do país sobre crimes de guerra cometidos pelas forças nacionais nas guerras do Irã e do Afeganistão.
Além disso, ele é acusado de "conspirar" com a ex-analista Chelsea Manning para obter documentos secretos. Se condenado por todos os crimes, pode pegar até 175 anos de prisão.
Após um longo imbróglio judicial, a ministra do Interior britânica, Priti Patel, aprovou hoje a extradição do australiano, alegando que os tribunais do país "não consideraram que a extradição seria opressiva, injusta ou um abuso de processo". Sua defesa, no entanto, pode recorrer da decisão.