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Entenda a investigação envolvendo a família Bolsonaro

Coaf citou transação de ex-assessor de filho do presidente

13 dez 2018 - 19h21
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O presidente eleito, Jair Bolsonaro, e sua família enfrentam a primeira polêmica antes da posse no próximo dia 1º de janeiro. Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou diversas transações financeiras em contas de assessores parlamentares, incluindo o do senador eleito Flávio Bolsonaro, filho do futuro mandatário.

Entenda a investigação envolvendo a família Bolsonaro
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Foto: ANSA / Ansa - Brasil

    Ligado ao Ministério da Fazenda, o Coaf é o órgão responsável por monitorar e receber extratos do bancos sobre transações suspeitas ou atípicas. A lei determina que todos os bancos precisam relatar uma movimentação que não esteja de acordo com as realizadas pelo cliente. Segundo o relatório do órgão, divulgado pelo jornal "O Estado de São Paulo", o policial e ex-assessor de Flávio, Fabrício José Carlos de Queiróz, fez uma transação no valor de R$1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017 em sua conta. De acordo com os dados, uma das movimentações é um cheque no valor de R$24 mil destinado à futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro. A operação financeira não garante que haja alguma irregularidade, mas demonstra que os valores não seguiram o padrão esperado para o cliente em questão. Queiroz atuava como motorista e segurança de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e é amigo de longa data do presidente eleito. Ele foi exonerado do cargo em outubro.

    O documento, que foi validado pelo Ministério Público, também revela que a maioria dos depósitos em dinheiro realizados na conta do ex-assessor coincide com os dias de pagamento na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). O relatório foi produzido como parte da Operação Furna da Onça, desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro, para identificar transações de assessores legislativos que pudessem estar ligadas a esquemas de pagamento de propina a deputados estaduais no governo de Sérgio Cabral (PMDB-RJ). A análise ainda identificou operações atípicas de auxiliares de outros 20 deputados da Alerj, de 11 partidos. Além disso, o Coaf encontrou um enorme volume de depósitos e saques inferiores a R$ 10 mil na conta de Queiroz, o que, segundo o órgão, seria uma tentativa de dificultar a identificação da origem e do destino da verba. Outra parte do relatório do Coaf revela saques em espécie no total de R$ 324.774, e R$ 41.930 em cheques compensados.

    Na folha de pagamento da Alerj do mês de setembro consta que o ex-motorista de Flávio recebeu R$ 8.517 de remuneração. O valor ainda acumulava com o rendimento mensal de R$12,6 mil da Polícia Militar. Após a revelação do relatório, o filho de Bolsonaro defendeu seu ex-assessor e disse não ter conhecimento sobre nada que possa "desabonar" a conduta de Queiroz. "Fabrício Queiroz trabalhou comigo por mais de dez anos e sempre foi da minha confiança. Nunca soube de algo que desabonasse sua conduta. Em outubro foi exonerado, a pedido, para tratar de sua passagem para a inatividade. Tenho certeza de que ele dará todos os esclarecimentos", escreveu no Twitter.

    Já Bolsonaro, por sua vez, afirmou, durante transmissão ao vivo nas redes sociais, que se tiver "algo errado" no caso das transações "atípicas", "que paguemos a conta". No entanto, ele ressaltou que nem ele e nem seu filho são investigados.

Ansa - Brasil   
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