Na carona dos rolezinhos, que têm dividido a opinião de brasileiros, um grupo de 15 pessoas de Brasília decidiu criar um movimento, nos mesmos moldes, para mobilizar pessoas dispostas a doar sangue. Apenas na manhã deste sábado, 20 pessoas conseguiram fazer a doação e aumentar o estoque do hemocentro da capital, que tem baixa neste período do ano.
A mobilização, iniciada a partir de uma página no Facebook criada pelo grupo, conseguiu atrair mais de 200 pessoas na última quarta-feira, mas apenas 70 cumpriam todos os requisitos para a doação. Com o lema "Bora ali, bora? Fazer um rolezinho no Hemocentro de Brasília", o grupo reuniu mais de 500 participantes que acompanham as campanhas pelo site.
"Não é uma crítica (aos rolezinhos)", explicou Paula Matos, organizadora da campanha. "Nossa ideia é transformar esse movimento em uma ação para o bem. Esta é uma época de férias, muitos doadores tradicionais viajam e os estoques de sangue ficam baixos", completou.
Segundo Paula, a maior parte das pessoas que aderiu já tinha doado sangue. Para quem se dispôs à primeira experiência, o grupo organizou informações na página do Facebook, baseadas nas orientações do hemocentro, e contou com as equipes do próprio órgão no local.
A campanha atraiu muitos jovens, como o estudante Euler Idelfonso, 18 anos, que nunca havia doado. "Não estou com medo. Li as orientações", garantiu, enquanto aguardava sua vez de doar. Ele disse que chamou outros amigos, mas como muitos decidiram sair na noite de sexta-feira, não puderam participar. "Eu já queria doar e ontem fez muito frio. Isso me ajudou a ficar em casa e a me preparar."
De acordo com assessores do hemocentro, apesar de a mobilização ser bem-vinda, as doações não estão sendo contabilizadas como resultado de uma campanha. Como o volume de doações está sendo contabilizado como iniciativas individuais voluntárias, o órgão não consegue apontar quanto o movimento foi responsável por aumentar o estoque de sangue.
No Rio de Janeiro, outro grupo de pessoas organiza movimento semelhante, marcado para o próximo dia 1º de fevereiro. A iniciativa fluminense, em uma página do Facebook, tenta atrair voluntários com frases de protesto como "Aqui não tem discriminação e racismo". Os organizadores justificam o rolezinho do Hemorio como um apoio à galera que está nos hospitais, contra toda forma de opressão e as doenças que atingem negros, pobres, brancos ou ricos, especialmente contra "a brutal e covarde ação diária da morte no Brasil e no mundo".
Para doar, o hemocentro orienta as pessoas a se alimentar bem. O doador precisa ter entre 16 e 67 anos, não estar fazendo uso de medicamentos, pesar acima de 50 quilos, ter dormido mais de seis horas, não praticar exercícios físicos ou ingerir bebida alcóolica nas 12 horas anteriores à doação.
19 de janeiro (Rio de Janeiro) - Diante das promessas de "rolezinho", o estabelecimento fechou as portas no domingo
Foto: Paulo Campos / Futura Press
19 de janeiro (Rio de Janeiro) - Clientes e manifestantes não conseguiram entrar no estabelecimento
Foto: Mauro Pimentel / Terra
19 de janeiro (Rio de Janeiro) - Pablo Capilé, do coletivo Fora do Eixo, participa da manifestação
Foto: Mauro Pimentel / Terra
19 de janeiro (Rio de Janeiro) - Uma tentativa de rolezinho terminou em churrasco no shopping Leblon, no Rio de Janeiro
Foto: Mauro Pimentel / Terra
19 de janeiro (Porto Alegre) - "É decepcionante que tem mais policiais que manifestantes. Não somos sequer um movimento: somos um grupo de pessoas que se reuniu pelo Facebook", disse o organizador Fábio Fleck
Foto: Luís Felipe dos Santos / Terra
19 de janeiro (Porto Alegre) - Um segundo "rolezinho", com cerca de 10 pessoas com camisetas da União da Juventude Socialista (UJS), movimento estudantil ligado ao PCdoB, também compareceu. Algumas lojas fecharam as portas
Foto: Luís Felipe dos Santos / Terra
19 de janeiro (Porto Alegre) - Cerca de 20 pessoas participaram neste domingo do "rolezinho" no Moinhos Shopping, em Porto Alegre. No Facebook, havia mais de 500 confirmados no evento
Foto: Daniel Boucinha / Futura Press
19 de janeiro (Rio de Janeiro) - A Justiça proibiu o ato e a administração do estabelecimento resolveu fechar as portas ao público com receio de violência
Foto: Mauro Pimentel / Terra
19 de janeiro (Rio de Janeiro) - Um grupo de amigas, em forma de protesto por não poder entrar no shopping, trouxe a praia para a calçada, com cadeiras, canga, revista e baralho. Eu iria participar do rolezinho, mas como a gente não pode se manifestar, vou ficar aqui, jogando o meu baralho, acho que isso eu posso fazer, né?, ironizou a figurinista Sabrina Magalhães
Foto: Mauro Pimentel / Terra
19 de janeiro (Rio de Janeiro) - Com cerca de nove mil presenças confirmadas nas redes sociais, o rolezinho do Shopping Leblon, na zona sul do Rio de Janeiro, teve baixa adesão, na tarde deste domingo
Foto: Mauro Pimentel / Terra
19 de janeiro (Rio de Janeiro) - Segurança vigia shopping fechado no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro. Dois centros de compras fecharam as portas devido a um "rolezinho" que ocorreria em um deles neste domingo
Foto: Mauro Pimentel / Terra
18 de janeiro (Niterói) - Um "rolezinho" acabou por se transformar em protesto no Shopping Plaza, em Niterói, na noite de sábado
Foto: Mauro Pimentel / Terra
18 de janeiro (Niterói) - Ao contrário do "grito de liberdade" da periferia que marcou os atos de São Paulo, o tom foi político, com gritos contra o governador Sérgio Cabral e o tradicional "não vai ter Copa (do Mundo)"
Foto: Mauro Pimentel / Terra
18 de janeiro (Niterói) - Logo no início do ato, ocorreu um princípio de confusão, com manifestantes tentando entrar em lojas, e seguranças impedindo, além de correria no prédio.
Foto: Mauro Pimentel / Terra
18 de janeiro (Niterói) - Assustados, muitos clientes do shopping entraram nas lojas, com medo
Foto: Mauro Pimentel / Terra
18 de janeiro (Niterói) - Não houve, contudo, nenhum ato de violência e a Polícia Militar sequer se fez presente nas mediações do Shopping Plaza.
Foto: Mauro Pimentel / Terra
18 de janeiro (Niterói) - Cerca de 30 pessoas participaram do movimento
Foto: Mauro Pimentel / Terra
18 de janeiro (Niterói) - Os manifestantes gritavam ainda frases "estamos na rua e a luta continua" e "amanhã vai ser maior"
Foto: Mauro Pimentel / Terra
18 de janeiro (Niterói) - Eles cantaram funks antigos do Rio de Janeiro e foram acompanhados todo o tempo por cerca de 20 seguranças, muitos deles à paisana
Foto: Mauro Pimentel / Terra
18 de janeiro (Niterói) - Seguranças acompanham rolezinho no Rio de Janeiro
Foto: Mauro Pimentel / Terra
18 de janeiro (Niterói) - Muitas lojas fecharam as portas
Foto: Mauro Pimentel / Terra
18 de janeiro (Niterói) - Clientes questionaram o que estava acontecendo
Foto: Mauro Pimentel / Terra
18 de janeiro (Niterói) - "Rolezinho" vira protesto com princípio de confusão em Niterói.
Foto: Mauro Pimentel / Terra
18 de janeiro (Niterói) - "Se fosse um bando de playboyzinho, como colocam nos filmes, aquela loja ali não estaria fechada", apontou PH Lima, 25 anos
Foto: Mauro Pimentel / Terra
18 de janeiro - Alguns vendedores chegaram a protestar contra o ato. Um deles chegou a fazer um cartaz: "Eu ganho por comissão, obrigado, rolezinho"
Foto: André Naddeo / Terra
18 de janeiro (Niterói) - As lojas fechavam as portas conforme os ativistas se aproximavam
Foto: André Naddeo / Terra
18 de janeiro (Niterói) - Os ativistas gritavam frases como "não vai ter copa", "estamos na rua e a luta continua" e "amanhã vai ser maior"
Foto: André Naddeo / Terra
18 de janeiro (Niterói) - Em meio ao protesto, ocorre uma discussão sobre racismo
Foto: André Naddeo / Terra
18 de janeiro (Niterói) - Cerca de 20 seguranças acompanharam o ato - muitos à paisana
Foto: André Naddeo / Terra
18 de janeiro (Niterói) - Ativistas tentam entrar em cinema e são barrados por seguranças
Foto: André Naddeo / Terra
18 de janeiro (Niterói) - Manifestantes deixando prédio do shopping em Niterói
Foto: Mauro Pimentel / Terra
18 de janeiro (Niterói) -Marcado como "rolezinho", protesto teve princípio de confusão no Shopping Plaza, em Niterói (RJ)
Foto: André Naddeo / Terra
18 de janeiro (São Paulo) - Segundo a polícia, esses jovens foram citados, o que quer dizer que, se eles voltarem a ser encontrados em "atitudes suspeitas", podem ser notificados e multados em até R$ 10 mil. No caso dos menores, os notificados serão os pais
Foto: Marcelo Pereira / Terra
18 de janeiro (São Paulo) - No Shopping Center Norte, na zona norte de São Paulo, o "rolezinho" acabou não acontecendo. O evento estava marcado para as 16h. Antes desse horário, já havia policiais civis aguardando o grupo no local. Os agentes afirmam que têm um dossiê feito a partir de informações retiradas de perfis no Facebook.
Foto: Marcelo Pereira / Terra
18 de janeiro (São Paulo) - "Levei ameaças de seguranças, falando que iam quebrar minhas pernas e arrancar minha cabeça", complementa
Foto: Marcelo Pereira / Terra
18 de janeiro (São Paulo) - "Eu já estava indo embora porque os policiais falaram que não era para a gente ficar parado, que era para circular", diz um dos adolescentes, identificado como R.A., 17 anos
Foto: Marcelo Pereira / Terra
18 de janeiro (São Paulo) - Policiais abordaram um grupo de jovens que queria participar de um rolezinho no Shopping Center Norte, popular centro comercial na zona norte de São Paulo
Foto: Marcelo Pereira / Terra
18 de janeiro (São Paulo) - Na zona sul da capital paulista, um grupo protestou contra o racismo em um rolezinho no shopping JK Iguatemi
Foto: Marcelo Pereira / Terra
18 de janeiro (São Paulo) - utilizando até faixas em inglês, o grupo pediu o fim do racismo
Foto: Marcelo Pereira / Terra
18 de janeiro (São Paulo) - Movimento social reclamou da liminar que proibiu a realização de rolezinhos no shopping de luxo
Foto: Marcelo Pereira / Terra
18 de janeiro (São Paulo) - O shopping fechou as portas, com os clientes dentro, impedindo a entrada dos manifestantes
Foto: Marcelo Pereira / Terra
18 de janeiro (São Paulo) - Grupo levou faixas e bandeiras para o encontro
Foto: Marcelo Pereira / Terra
18 de janeiro (São Paulo) -Com palavras de ordem, manifestantes protestaram em frente ao estabelecimento
Foto: Marcelo Pereira / Terra
18 de janeiro - O ato ganhou tom político e não teve a participação tradicional dos jovens que iniciaram o movimento na periferia de São Paulo
Foto: Marcelo Pereira / Terra
18 de janeiro (São Paulo) - A ONG Uneafro participou do evento
Foto: Marcelo Pereira / Terra
18 de janeiro (São Paulo) - Basta de apartheid, diziam os jovens
Foto: Marcelo Pereira / Terra
18 de janeiro (São Paulo) - Manifestantes tentaram entrar no prédio com instrumentos musicais
Foto: Marcelo Pereira / Terra
18 de janeiro (São Paulo) - Faixa usada pelo grupo
Foto: Marcelo Pereira / Terra
18 de janeiro (São Paulo) - O ato durou cerca de duas horas