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Estudante agredido por policial goiano está em estado grave

30 abr 2017 - 09h53
(atualizado às 09h54)
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É grave o estado de saúde do estudante universitário Mateus Ferreira da Silva, 33 anos. Agredido por um policial militar durante manifestação no centro de Goiânia (GO), na sexta-feira (28), Silva sofreu traumatismo cranioencefálico e múltiplas fraturas.

Mateus Ferreira da Silva, 33 anos, foi agredido por um policial militar durante manifestação no centro de Goiânia (GO), na sexta-feira, e sofreu traumatismo cranioencefálico e múltiplas fraturas.
Mateus Ferreira da Silva, 33 anos, foi agredido por um policial militar durante manifestação no centro de Goiânia (GO), na sexta-feira, e sofreu traumatismo cranioencefálico e múltiplas fraturas.
Foto: Reprodução/facebook

Segundo o boletim médico que o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) divulgou ontem (29), o estudante está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sedado e respirando por aparelhos. Sua família é de Osasco (SP) e chegaria à capital goiana na tarde de ontem.

Silva participava das manifestações populares contra as reformas trabalhista e previdenciária propostas pelo governo federal e que tramitam no Congresso Nacional. No início da tarde, um princípio de tumulto resultou em confronto entre agentes da segurança pública e alguns manifestantes que passaram a lançar pedras e rojões contra os policiais.

Um vídeo compartilhado nas redes sociais e divulgado por órgãos de imprensa locais registrou o exato momento em que Silva foi atingido por um policial portando um cassetete. Mateus aparece correndo para fugir do tumulto que se vê ao fundo quando um policial militar o atinge na cabeça, empunhando o cassetete com as duas mãos.

Em nota, a Universidade Federal de Goiás (UFG) repudiou a violência contra o estudante de Ciências Sociais e cobrou das autoridades goianas a adequada apuração dos fatos e punição aos responsáveis.

Chefiada pelo ex-secretário nacional de Segurança Pública Ricardo Balestreri, um especialista na área de direitos humanos, a Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária de Goiás instaurou um procedimento investigatório para apurar a atuação policial, esclarecer se houve abusos e identificar os eventuais responsáveis.

Invasão de domicílio e homicídio de adolescente

O caso ocorre uma semana após outra grave denúncia contra policiais militares goianos vir a público. Na noite do último dia 17, o estudante Roberto Campos da Silva, 16 anos, foi morto dentro de sua própria casa, durante uma ação policial. Três soldados autuados em flagrante foram indiciados pelos crimes de homicídio qualificado, tentativa de homicídio (contra o mecânico Roberto Lourenço da Silva, 42 anos, pai do estudante), invasão de domicílio e abuso de autoridade.

Os policiais afirmaram que foram à casa da família do estudante averiguar uma denúncia feita por um homem não identificado que afirmou que o pai de Robertinho estaria armado. Segundo depoimento do mecânico e de parentes das vítimas à Delegacia de Investigação de Homicídios, os policiais desligaram o fornecimento de energia elétrica da casa e não se identificaram. Ao sair acompanhado pelo filho para ver o que estava acontecendo, Roberto teria percebido a presença dos homens em um carro não caracterizado como pertencente à polícia. Temendo serem assaltantes, o mecânico atirou. Segundo ele, com a intenção de assustar os supostos ladrões. Os policiais reagiram e acertaram pai e filho, que ainda conseguiram correr para dentro casa. Segundo as testemunhas, os policiais invadiram a casa e voltaram a disparar contra pai e filho.

Ao determinar a prisão preventiva dos soldados Cláudio Henrique da Silva, Paulo Antônio de Souza Júnior e Rogério Rangel Araújo Silva, o juiz apontou que os policiais violaram o domicílio, sem mandado judicial e sem se identificar.

Em nota em que afirma que uma "família teve sua dignidade violada" durante um "evento que representa o completo aviltamento do sentido de justiça, de garantia de segurança e de defesa da vida", o Núcleo de Estudos Sobre Criminalidade e Violência cobrou punição aos responsáveis pelo governo de Goiás, Secretaria de Segurança Pública, Ministério Público estadual e Poder Judiciário.

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