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Uso de dados impulsiona transporte sob demanda

Sistema desenvolvido em São José dos Campos permitirá flexibilizar rotas e pontos de parada

7 ago 2020 - 05h10
(atualizado às 06h24)
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O uso de dados se tornou ainda mais fundamental na pandemia para o planejamento da mobilidade. O compartilhamento de informações coletadas por empresas que operam o transporte público, soluções de micromobilidade e veículos compartilhados, além de radares e sensores espalhados pelas cidades, se tornaram o caminho mais eficiente para melhorar os serviços, calibrar preços e atender aos mais variados perfis.

Em São José dos Campos, no interior paulista, os dados embasaram a criação de um modelo de ônibus sob demanda. O sistema está sendo desenvolvido pela prefeitura em parceria com o Centro de Política e Economia nos Estudos do Setor Público da Fundação Getúlio Vargas (Cepesp FGV), coordenado pelo professor Ciro Biderman, um dos palestrantes confirmados do Summit Mobilidade 2020, que ocorre no próximo dia 12.

"Saber de antemão qual a demanda, em qual local e horário, permite flexibilizar pontos de parada, criar rotas flexíveis e até usar veículos menores, como vans", diz Biderman. O projeto contempla ainda usuários pouco familiarizados com sistemas digitais, permitindo solicitações por aplicativo, telefone, computador e também fisicamente, aguardando nos pontos de parada.

"A frase do Vale do Silício no mundo da tecnologia é: os dados são o novo petróleo", diz Pedro Palhares, diretor geral do Moovit no Brasil, que opera em mais de cem países oferecendo planejadores de percurso que consideram tempo, preço e a possibilidade de combinar diferentes modais, criando um enorme repositório de Big Data sobre transporte.

A plataforma pertence à Mobileye, empresa israelense que desenvolve inteligência artificial e sensores para veículos autônomos e que em maio passou a ser controlada pela Intel, na primeira aquisição de software da gigante americana da tecnologia. Entre os planos da Intel, está o lançamento de uma frota de robôs táxis a partir de 2022, que navegará justamente a partir do uso de dados. Atualmente o Moovit já acompanha os deslocamentos em tempo real, identificando fluxos e mostrando onde está sobrando e onde está faltando passageiro.

Palhares e Biderman participaram de live sobre mobilidade promovida pelo Estadão em que detalharam as iniciativas e destacaram que o uso de dados não depende da implantação das redes 5G. "Uma das premissas do veículo autônomo é que ele seja autônomo, portanto não dependa de uma rede de telefonia para funcionar, toda inteligência está no próprio carro", diz Palhares. "Temos de desmistificar essa ideia de que a evolução depende do 5G, muita coisa dá para mandar até por GPRS, não precisa nem de 3G", completa Biderman.

O Summit Mobilidade 2020 ocorre na próxima quarta-feira a partir das 9h30 em formato digital e gratuito. Para conferir a programação completa e fazer a sua inscrição, acesse o site do evento, estadaosummitmobilidade.com.br.

Estadão
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