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RJ: rodoviários decidem na terça por greve ou catraca livre

Ao contrários dos três dias de paralisação realizados desde a semana passada, no Rio de Janeiro, motoristas e cobradores de ônibus discutem agora 'greve branca'

15 mai 2014 - 17h40
(atualizado às 19h51)
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Rodoviários fazem ato no centro do Rio de Janeiro para definir os próximos passos da categoria
Rodoviários fazem ato no centro do Rio de Janeiro para definir os próximos passos da categoria
Foto: Andre Naddeo / Terra

Os rodoviários decidiram no início da noite desta quinta-feira transferir para a próxima terça-feira o posicionamento sobre uma nova paralisação ou a catraca livre aos passageiros. Enquanto isso, eles seguirão trabalhando, mas mantendo o "estado de greve". A opção por adiar a decisão ocorreu para não relacionar o debate com o protesto, que ocorria simultaneamente, contra a Copa na Central do Brasil. 

"O movimento dos rodoviários é um, o da Copa é outro. Como é que vamos promover uma assembleia no meio daquela bagunça", destacou um dos líderes do movimento de motoristas e cobradores de ônibus Hélio Teodoro.  

No final da tarde, cerca de 300 rodoviários se concentraram em frente a Igreja da Candelária, no centro. Com carro de som, integrantes da categoria emitiam palavras de ordem. “Vamos mostrar aos empresários nossa força, abrir a porta traseira dos ônibus e liberar a passagem para a população. Vamos fazer uma greve branca”, se manifestou um os trabalhadores. O ato ocorreu após três dias de paralisação desde a semana passada, que prejudicaram cerca de dois milhões de usuários do sistema de ônibus do Rio.

Os rodoviários voltaram ao trabalho nesta quinta-feira, após 48 horas de greve. Participam do ato, ainda de acordo com os profissionais da área, motoristas e cobradores de ônibus do primeiro turno de trabalho. Além de vigilantes bancários, representantes dos garis que entraram em greve no Carnaval, também estão presentes aqui representantes do Movimento Passe Livre aqui do Rio.

A movimentação da categoria, que tem em torno de 40 mil motoristas e cobradores de ônibus, teve início efetivo exatamente há uma semana, quando, de surpresa, os coletivos deixaram de circular pelas ruas da capital fluminense prejudicando um total estimado de dois milhões de passageiros.

No início da semana seguinte, em assembleia, optaram por nova paralisação, desta vez, de 48 horas. Na última terça-feira, cerca de apenas 18% da frota foi às ruas, sendo que, no dia seguinte, apenas 44%, causando filas e preços abusivos do transporte alternativo – na zona oeste, por exemplo, as vans custavam R$ 10, sendo que o preço normal é de R$ 3.

Nos dois dias de paralisação do transporte coletivo nesta semana, o Rio Ônibus, sindicato das empresas, contabilizou 177 veículos depredados. Feita à revelia do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do Rio (Sintraturb), a greve tem como intuito um reajuste salarial junto aos empresários do setor na ordem de 40% - os mesmos sindicalistas já haviam acertado um aumento, já em curso, de 10% dentro do dissídio anual discutido entre as duas partes.

Em meio a este processo entre dissidentes do Sintraturb, a desembargadora Maria das Graças Paranhos, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RJ), determinou que 70% da frota voltasse a circular na cidade tendo em vista que o sistema de ônibus é de extrema necessidade para a população, além do fato de que qualquer paralisação deve ter um prazo de 72 horas para comunicar os usuários do sistema.

A multa imputada foi de R$ 50 mil por dia de paralisação e o responsável pelo pagamento seria o próprio Sintraturb, que por sua vez alega não ter a responsabilidade pelos grevistas, que são dissidentes do sindicato. Quatro líderes deste grupo foram impedidos pela determinação de participar de qualquer ato sob pena também diária de R$ 10 mil.

Fonte: Terra
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