RJ: 50% dos bueiros do centro e de Copacabana representam perigo
- FELIPE FREIRE
Metade da rede subterrânea da CEG no centro do Rio de Janeiro e em Copacabana está em estado precário e representa perigo aos pedestres. na quarta, em dois bueiros do centro, foram constatados 100% de risco de explosão e uma caixa da RioLuz pegou fogo. A CEG deverá assinar nesta quinta termo de ajustamento de conduta que prevê multas de R$ 100 mil para novas explosões com vazamento de gás.
"Disseram que só falta modernizar 5% da rede. Mas nas áreas com as piores falhas no equipamento da empresa, até 50% das tubulações não foram reformadas. Em Copacabana e no Centro estão os maiores riscos à população", afirmou o promotor Rodrigo Terra, que propôs o termo.
A CEG apresentou ao Ministério Público planejamento para troca de tubulação no Centro, Copacabana, Ipanema e Leblon. No Centro, as ruas do Passeio, Buenos Aires, do Rosário, da Quitanda e do Ouvidor estão entre as prioridades porque o subsolo ali está impregnado de gás.
Vazamentos constantes
Diante dos números 56 da R. Buenos Aires e 8 da R. Vinte de Abril, no Centro, fiscais da Light e técnicos do Crea realizaram medições nas caixas de inspeção e constataram concentrações de gás suficientes para provocar explosão. As áreas foram isoladas. "Os vazamentos são constantes e os bueiros estão lotados de gás", relatou o coordenador da Câmara de Engenharia Elétrica e Comissão de Avaliação e Prevenção de Riscos do Crea, Luiz Antônio Cosenza."
"Modernizaremos 100% da rede em até 12 meses. Mas, por serem regiões de maior intensidade de acidentes, as intervenções no Centro e em Copacabana foram antecipadas", informou o presidente da CEG, Bruno Armbrust.
Light afirma que só em 4 explosões não havia gás
Os cariocas seguem apavorados com a iminência de novas explosões. Ontem, durante as fiscalizações do Crea e da Light, pedestres caminhavam assustados e preferiam alterar o trajeto a passar próximo aos pontos vistoriados.
"Nem passo mais perto dos bueiros. Agora só vou pelo meio da rua. Mas o que fazer quando o bueiro- bomba está na porta de onde você trabalha?", indagou o auxiliar de manutenção do prédio 8 da R. 20 de Abril, José Firmino. A galeria apresentou risco alto de explosão e foi isolada. "Agora sabemos que o cheiro que sentíamos há mais de 3 meses não era esgoto, mas de gás".
A Light informou que em apenas quatro casos recentes de explosão de bueiros a causa foi exclusivamente elétrica. Em todos os demais, segundo a companhia de energia elétrica, havia infiltração de gás. Este ano houve 19 acidentes. Segundo a nota, mesmo com investimentos, caso os bolsões de gás persistam no subsolo do Rio, o problema não será resolvido.
Nova explosão no Centro
Apesar de a CEG negar, a a Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos afirma que foi informada pela companhia que havia gás na galeria da Rioluz que explodiu na madrugada de ontem.
Um bueiro da RioLuz que pegou fogo fica na esquina da Avenida Rio Branco com Rua Mayrink Veiga, no Centro. De acordo com o Centro de Operações da Prefeitura do Rio , o acidente ocorreu por volta das 2h. Até as 3h30 ainda havia cheiro de gás lá.
As chamas foram provocadas por curto-circuito na galeria subterrânea. Bombeiros controlaram o fogo rapidamente e não houve feridos.
A calçada da Avenida Rio Branco ficou parcialmente interditada. Técnicos da Light e da CEG, que já realizavam reparo na rede a poucos metros do local do incêndio, isolaram a área.
Em nota, a Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos informou que técnicos da RioLuz faziam manutenção da iluminação pública, com reparo de cabos subterrâneos, quando o fogo começou. Pouco depois, equipes de emergência da CEG confirmaram a presença de gás e providenciaram o conserto. Àtarde, CEG informou que não havia confirmado a presença de gás na caixa.