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Rio: após confronto com a PM, garis prometem novo protesto

Nova manifestação está marcada para este domingo em frente à prefeitura

2 mar 2014 - 13h04
(atualizado às 14h20)
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<p>Os garis amea&ccedil;am entrar em greve por melhores condi&ccedil;&otilde;es de trabalho, reajuste salarial, vale-refei&ccedil;&atilde;o e pagamento de horas extras; Justi&ccedil;a&nbsp;declarou a &quot;abusividade e ilegalidade&quot; da&nbsp;paralisa&ccedil;&atilde;o da categoria</p>
Os garis ameaçam entrar em greve por melhores condições de trabalho, reajuste salarial, vale-refeição e pagamento de horas extras; Justiça declarou a "abusividade e ilegalidade" da paralisação da categoria
Foto: Agência Brasil

O grupo de garis que organizou ontem, 1 de março, uma manifestação na Avenida Presidente Vargas, próximo ao Sambódromo do Rio de Janeiro, promete dar seguimento ao movimento neste domingo de carnaval. Eles programaram se reunir por volta do meio-dia em frente à prefeitura, onde uma advogada da Defensoria Pública deverá orientar os trabalhadores sobre os procedimentos que poderão ser tomados daqui para a frente.

Ontem, a desembargadora Rosana Salim Villela Travesedo, do Tribunal Regional do Trabalho do Estado do Rio de Janeiro (TRT-RJ), declarou a "abusividade e ilegalidade" de qualquer movimento de paralisação dos garis vinculados à Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb).

Na sentença, a juíza destaca que o "movimento paredista"  ocorre no curso da negociação do dissídio coletivo de 2014 da categoria. Rosana Travesedo determinou a imediata suspensão do movimento, de forma a garantir o funcionamento dos serviços essenciais de coleta e disposição do lixo domiciliar e urbano, "sob pena de multa diária no caso de descumprimento". A multa tem valor de R$ 25 mil. 

Segundo informou hoje à Agência Brasil Fábio Araújo Coutinho, gari da Comlurb há 16 anos, o Sindicato de Empregados de Empresas de Asseio e Conservação do Município do Rio de Janeiro havia convocado a greve e à meia-noite da última sexta-feira, 28, enviou notificação à companhia, cancelando a paralisação. Fábio disse que o movimento foi criado entre os próprios garis e não tem uma liderança.

Os integrantes do grupo preferem não citar nomes, "para não serem perseguidos pela empresa", relatou. Acrescentou que neste domingo muitos funcionários estão sofrendo intimidação e assédio moral por parte de seus gerentes, para continuarem trabalhando.

<p>Garis realizaram protesto e entraram em confronto com a Polícia Militar no Rio em 1 de março  </p>
Garis realizaram protesto e entraram em confronto com a Polícia Militar no Rio em 1 de março
Foto: Agência Brasil

Os garis da Comlurb reivindicam aumento do piso salarial, hoje de R$ 803, para R$ 1,2 mil. De acordo com Fábio Coutinho, a prefeitura ofereceu piso de R$ 877. A categoria pleiteia ainda aumento do tíquete-refeição de R$ 12 para R$ 20 por dia, a volta do pagamento do triênio e do quinquênio, "que nos foram tirados", além do pagamento de horas extras pelos domingos e feriados trabalhados. A Comlurb, disse Fábio, não paga horas extras pelo trabalho nesses dias e oferece apenas um tíquete de R$ 12. "Os funcionários são tratados quase como escravos e fazem os serviços sem segurança nenhuma", acrescentou.

A Comlurb não soube explicar até o momento a razão da grande quantidade  de lixo  acumulada na cidade, até esta hora, em especial nos Arcos da Lapa e ruas situadas no entorno. A  empresa esclareceu, por meio de sua assessoria de imprensa, que como os foliões permanecem nas ruas à noite, após a passagens dos blocos, a limpeza só pode ser feita com as vias inteiramente livres, para permitir os serviços do caminhão varredeira e do lava-jato. A companhia está apurando se o excesso de detritos está relacionado com a manifestação do grupo de garis, "sem representatividade junto à categoria", segundo o sindicato. 

Agência Brasil Agência Brasil
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