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Público da Virada Cultural tem sensação de mais policiamento após noite de arrastões

Maior presença policial foi notada no Vale do Anhangabaú e em espaço de shows na zona norte; clima era tranquilo até início da tarde

29 mai 2022 - 17h07
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Depois dos arrastões e dos tumultos registrados na noite deste sábado, 28, o público que acompanhou as atrações da Virada Cultural hoje no Vale do Anhangabaú notou uma presença maior de policiais militares no local. Até o início da tarde, os eventos ocorreram de forma tranquila no Palco do Viaduto do Chá e também no espaço para shows que foi montado na Praça Domingos Regatieri, na Freguesia do Ó, zona norte da cidade. Por ali, o policiamento feito pela Guarda Civil Metropolitana e pela Polícia Militar também era bem maior do que o que foi percebido no sábado, segundo pessoas que participaram do evento na primeira noite.

A chegada para os shows na Freguesia do Ó ocorreu sem incidentes graves, com muitas famílias aguardando pelas apresentações. Mesmo a noite de sábado foi de poucos incidentes na zona norte, ao contrário do que ocorreu no centro da capital. O mais grave teria sido uma briga entre dois homens na plateia. Um deles foi socorrido depois de levar uma garrafada na cabeça e desmaiar.

Em nota divulgada ontem, a PM informou que reforçou o policiamento durante toda a Virada Cultural com 1,4 mil policiais e mais de 300 viaturas. Segundo a PM, os homens foram deslocados para pontos de maior concentração de público. O texto da nota acrescenta que na noite de sábado (28) seis pessoas foram detidas por roubo ou furto na região da República, sendo três menores de idade, que foram entregues aos responsáveis e devem ser apresentados ao Ministério Público.

Ludmilla

O espaço de shows da Praça Domingos Regatieri é feito com dois palcos na pequena praça, um de frente para o outro. A expectativa maior era para o show da cantora Ludmilla, previsto para começar às 17 horas. "A chapa vai esquentar aqui", disse um dos funcionários da empresa Fonseccas, contratada para reforçar a segurança.

Diferentemente do que ocorreu no centro, não havia revista nas pessoas que chegavam ao local. O atraso, assim como nos palcos centrais, também tem sido uma marca nos eventos periféricos. A apresentação do rapper Rincón Sapiência, prevista para iniciar às 13 horas, só começou às 13h22, e sofreu com algumas quedas de energia. O som foi interrompido por duas vezes, mas logo voltou a funcionar.

Havia um público pequeno de não mais do que mil pessoas, mas conectado com o que ele cantava. Mundo Manicongo abriu o show e seguiu com Afro Rep. Os shows seguintes seriam o do grupo de samba Galo Cantô, no Palco da Pedra, e de Diogo Nogueira, no Freguesia.

Orquestra imperial

Após longa passagem de som, a Orquestra Imperial subiu ao palco do Viaduto do Chá com meia hora de atraso, por volta das 13 horas. A trupe liderada pelos cantores Nina Becker, Moreno Veloso e Matheus VK.

A apresentação começou com versão de tom caribenho de Stairway to Heaven, do Led Zeppelin. Logo no início do show, Matheus ergueu uma camiseta com a mensagem "Vidas da Craco Importam", em solidariedade às pessoas que ocupam a região da Cracolândia, onde ocorreram recentemente várias operações policiais após ações comandadas por traficantes.

Algumas músicas depois, a cantora baiana Larissa Luz se juntou aos músicos no palco e usou sua potente voz e performance para homenagear a cantora Elza Soares, falecida no último ano. Destaque da apresentação, foi a versão da cantora de Mulher do Fim do Mundo.

Luz relembrou eventos de violência policial contra negros que ocorreram recentemente, como a morte por asfixia de Genivaldo de Jesus Santos, no Sergipe, na última semana. Parafraseando o refrão da música, Luz cantou em alto e bom tom "a carne do mercado era negra". /COLABOROU BRUNA ARIMATHEA

Estadão
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