Presa por envolvimento com facção, ex-diretora de presídio teria mandado matar jovem que a chamou de 'miliciana'
Denúncia do Ministério Público da Bahia também afirma que Joneuma Silva Neres teria mantido um relacionamento amoroso com um detento
Ex-diretora de presídio em Eunápolis, Joneuma Silva Neres, foi acusada pelo MP-BA de envolvimento com facção, ordenar a morte de um jovem e facilitar crimes no presídio onde trabalhava.
Presa desde o início deste ano por envolvimento com a facção Primeiro Comando de Eunápolis (PCE), a ex-diretora do presídio da cidade, Joneuma Silva Neres, teria ordenado a morte de um jovem após ele ter feito uma postagem em que a chamava de "miliciana".
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A informação consta em uma denúncia feita pelo Ministério Público da Bahia contra a mulher, acessada pelo portal Bahia Notícias, parceiro do Terra.
Segundo a denúncia, Joneuma mantinha um relacionamento amoroso com Dadá, líder do PCE. Ela pediu a ele que "desse um jeito" em Alan Queven dos Santos Barbosa, de 22 anos, que publicou, em uma página de fofoca, acusações de que a então diretora do presídio estaria facilitando a entrada de ilícitos no local e que ela trabalhava para determinados candidatos políticos.
Joneuma foi presa preventivamente em janeiro justamente por seu envolvimento com o PCE e, além de ter colaborado com a fuga de 16 detentos, ela permitia que algumas pessoas adentrassem no espaço sem ser revistadas. Uma dessas pessoas foi a esposa de um dos líderes da facção.
Ainda com relação a Alan Queven, o jovem desapareceu em 7 de junho de 2024 e nunca mais foi encontrado. Para o MPBA, ele foi vítima de uma prática chamada pela facção de "desembolo", uma espécie de "tribunal do crime".
"A pena principal decidida nestas sessões criminosas denominadas de ‘desembolo’ é a de uma morte cruel para a vítima, normalmente executada a pauladas ou pedradas, como forma de mandar um aviso para os ‘desobedientes’”, diz trecho da denúncia.