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Prefeito do Rio diz que não vai interferir em decisões da CPI dos Ônibus

15 ago 2013 - 11h00
(atualizado às 11h00)
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O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, afirmou nesta quinta-feira que não pretende interferir na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Ônibus, que começou hoje na Câmara Municipal da cidade. Manifestantes pedem que quatro de seus aliados - que não assinaram o requerimento para a abertura da CPI - saiam do grupo. Paes disse que tem limitações institucionais em relação ao poder legislativo.

"Percebi nas manifestações desejo de maior participação e debate. Tenho buscado conversar com diversos grupos. É óbvio que o governo tem maioria na Câmara, maioria eleita pelo voto popular. Em nenhum momento, fiz o jogo tradicional dos governos de ligar para algum vereador da minha base e dizer para não assinar CPI, tanto que alguns assinaram. Eu tenho muita convicção que a gente avançou muito no processo com as empresas de ônibus. Ela era uma relação prostituída. No primeiro aumento, em 2008, estabeleci o IPCA como regra de reajuste da tarifa", afirmou Paes, em entrevista à rádio BandNews.

"Eu não sou a favor nem contra a CPI. O poder executivo, nesse caso, tem uma limitação no diálogo com o legislativo. Quando a gente vai para o legislativo dizer que quer uma CPI, tem que respeitar as regras do legislativo. O que não podem me pedir é que mande no poder legislativo. Em nenhum momento usei força que me atribuem para tentar evitar a CPI", disse Paes.

O prefeito lembrou que participou da CPI dos Correios, que resultou em incriminar os acusados pelo Mensalão mesmo tendo a participação de parlamentares governistas que não tinham assinado o requerimento de instalação. "E terminou do jeito que terminou, e me orgulho muito de ter participado dela. Acho que há elementos que podem ser esclarecidos, alguns até em meu benefício. Você acha que eu acho interessante ficar esta nuvem de fumaça sobre as licitações? Claro que não. Não temo qualquer conduta do meu governo, por isso não fiquei neste joguete", disse ele.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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