Prédio na Barra Funda, zona oeste de SP, é alvo de arrastão; criminosos fizeram 17 pessoas reféns
Informações preliminares da investigação apontam que o roubo gerou prejuízo de ao menos R$ 2 milhões; grupo se autodenominava 'La Casa Papel'
Um prédio comercial na Avenida Marquês de São Vicente, na Barra Funda, zona oeste de São Paulo, foi alvo de um arrastão na manhã desta terça-feira, 7. Ao menos 17 pessoas foram feitas reféns. Elas foram trancadas dentro da sala. Todas receberam atendimento.
Foram ao menos quatro criminosos envolvidos - a polícia ainda trabalha para identificá-los. Todos estavam de roupa preta e boné, segundo o tenente-coronel Helder Antônio de Paula, comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar (BPM).
Fontes ligadas à investigação apontam que o roubo, que teve uma construtora como principal alvo, gerou prejuízo de ao menos R$ 2 milhões. Os reféns teriam relatado à Polícia Civil que o grupo se autodenominava La Casa de Papel, em referência à série da Netflix.
Como ocorreu o assalto
Os criminosos invadiram o 21º andar do prédio, segundo a Polícia Militar, mas informações preliminares também indicam que outro andar pode ter sido acessado por eles. O grupo teria subido até lá pelas escadas.
Durante o assalto, os bandidos levaram uma arma que estava no cofre de uma empresa, objetos de valor, dinheiro em espécie e também fizeram desvios via Pix. Ainda não há confirmação exata dos prejuízos.
Eles ingressaram no prédio às 7h14 e saíram 9h44, segundo registros de câmeras de monitoramento. A entrada se deu com um veículo branco, do modelo Renault Sandero, em estacionamento no segundo andar.
Assim que os bandidos deixaram o prédio, passou a circular em grupos de WhatsApp com comerciantes do edifício relatos de que alguns deles estariam vestidos de policiais.
A informação foi desmentida pela PM em um primeiro momento, mas a Polícia Civil ainda apura se alguns dos assaltantes estavam usando distintivos falsos. O caso está sendo registrado pelo 23º Distrito Policial (Perdizes).
Busca pelos envolvidos no crime
A varredura do prédio foi concluída por volta de 12h30, quando o edifício também foi liberado para o retorno dos funcionários às empresas. A polícia ainda tenta identificar os quatro criminosos envolvidos no crime.
Um dos caminhos é a análise das câmeras de segurança do estacionamento. A princípio, os criminosos estavam todos de boné quando chegaram no edifício, mas sem máscara para cobrir o rosto.
O prédio comercial possui 24 andares e fica localizado em frente ao Fórum Trabalhista Ruy Barbosa, na altura do número 230 da Avenida Marquês de São Vicente.
É a mesma via onde um avião de pequeno porte caiu no começo deste ano e deixou dois mortos. "Tudo acontece aqui", ironizou um homem que trabalha no prédio.
O assistente administrativo Paulo Cesar do Nascimento, de 24 anos, contou à reportagem que só começou a notar algo diferente por volta das 9h30.
"Quando ia pegar o elevador com alguns colegas, demos de cara com policiais do Choque. Eles, então, nos revistaram e nos mandaram descer logo em seguida", diz ele, que trabalha em uma imobiliária no 17º andar.
A manhã foi marcada por apreensão e informações desencontradas sobre o que ocorria. Depois do susto, parte dos trabalhadores ouvidos pela reportagem disseram que estavam antecipando o retorno para casa.
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