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Cidades

Organização busca desvincular Parada Gay de ‘Carnaval fora de época’

Evento deve ser momento de visibilidade de uma população que vive dias de 'ódio e intolerância', diz organizador

2 jun 2013 - 11h56
(atualizado em 3/6/2013 às 08h47)
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A ministra da Cultura, Marta Suplicy (PT-SP), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB),o  presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT, Fernando Quaresma e o prefeito da capital, Fernando Haddad (PT), participam de coletiva em São Paulo
A ministra da Cultura, Marta Suplicy (PT-SP), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB),o presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT, Fernando Quaresma e o prefeito da capital, Fernando Haddad (PT), participam de coletiva em São Paulo
Foto: Marcelo Pereira / Terra

O presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT, Fernando Quaresma, afirmou neste domingo, pouco antes do início do evento, em São Paulo, que a Parada não pode ser vista apenas como um Carnaval fora de época, mas sim como "um momento de visibilidade massiva de uma população que vive dias de ódio e intolerância".

Ele lembrou que nos últimos 20 anos há o registro de mais de 20 mil mortos por intolerância sexual no Brasil e que o País não pode entrar em um período de retrocesso, principalmente no legislativo. Quaresma diz que vivemos hoje uma realidade arcaica e que o "antigo" falso moralismo está de volta.

"Querem impor um modelo fascista de Estado. Começou (esse falso moralismo) com a proposta de casamento civil. E agora convivemos com o (deputado federal) Marcos Feliciano e outros fundamentalistas de plantão. Não aceitamos retrocesso e a desigualdade que tentam nos impor", disse ele. "Lugar de religião é nas igrejas e nos cultos, não na Justiça ou no legislativo".

A 17ª Parada do Orgulho GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais), programada para este domingo na avenida Paulista, em São Paulo, terá como tema central a luta contra o "retrocesso". Com o mote “Para o armário nunca mais”, os organizadores pretendem destacar o que chamam de ação de "segmentos religiosos fundamentalistas", que estariam agindo no Legislativo brasileiro.

Um dos alvos será o deputado federal Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDH) da Câmara, a quem os manifestantes reservaram o último dos trios elétricos da Parada para protestar.

No campo musical, a apresentação da cantora Daniela Mercury - financiada pelo governo baiano -, que recentemente assumiu um relacionamento com outra mulher, será o ponto alto. A apresentação contará com 22 músicos, a partir das 14h. Está confirmado ainda show de Ellen Oléria, vencedora do programa The Voice Brasil, da Rede Globo.

A ministra da Cultura, Marta Suplicy (PT-SP), disse que a presença de Feliciano na comissão de Direitos Humanos da Câmara é "uma tragédia grega". "É o ápice da falta de respeito com a comunidade. Estamos engessados em uma força que é difícil contrapor. A manifestação contra essa força é a Parada Gay", afirmou.

Para o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), muitas vezes, aqueles que têm um comportamento homofóbico, em algum momento, teve de lutar por sua liberdade. "Quem defende mais liberdade, mais tolerância, não pode negar esse direito a outra comunidade. A cidade de São Paulo é contra qualquer forma de perseguição", disse.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirma que São Paulo sempre teve compromisso com os direitos humanos. "Fomos o primeiro Estado, em 2001, a criminalizar a homofobia", afirmou.

 

Colaborou com esta notícia o internauta Líbano Calil, de Arujá (SP), que participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

Fonte: Especial para Terra
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