Operação mira quadrilha que roubava em média 30 celulares por dia em SP
Grupo mantinha estrutura hierarquizada e definida entre 'roubadores, intermediários e revendedores' dos aparelhos; três foram presos
A Polícia Civil de São Paulo prendeu nesta terça-feira, 4, três suspeitos de integrar uma quadrilha que roubava, em média, 30 celulares por dia. Dois homens e uma mulher foram detidos após o cumprimento de mandados de prisão temporária.
Segundo a polícia, as prisões foram realizadas em um estabelecimento comercial, no centro da capital, que era utilizado como fachada para a atividade ilícita. Além das prisões, 11 pessoas foram conduzidas ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) para prestar depoimentos. Elas passarão a ser investigadas por envolvimento no crime.
Durante o cumprimento das ordens judiciais, os investigadores apreenderam 43 celulares, que serão analisados para verificar a origem do produto.
Os policiais também apreenderam oito capacetes, seis relógios, um veículo de luxo, um simulacro de arma de fogo, anéis, colares e uma bolsa térmica utilizada para esconder os celulares e impedir o rastreamento. A ação ocorreu nas cidades de São Paulo, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Mauá e Suzano.
Estrutura bem definida
Segundo as investigações, o grupo mantinha uma uma estrutura hierarquizada e bem definida, com divisão de funções entre os integrantes.
Havia desde os responsáveis pela subtração dos aparelhos, os chamados "roubadores", até intermediários e revendedores que abasteciam o comércio clandestino, inclusive com remessas ao exterior.
O grupo era investigado há cerca de três meses pela 2ª Delegacia da Divisão de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio (Disccpat), do Deic.
Na primeira fase da operação, realizada em setembro, dois homens foram presos em uma "central de receptação" de celulares roubados. O imóvel fica localizado na Barra Funda, zona oeste da capital. No local, era realizada a triagem dos aparelhos, que chegavam por meio de entregas por aplicativo enviadas por outros criminosos. Na ocasião, 74 celulares de origem suspeita foram apreendidos pelos investigadores.
A operação desta terça, chamada de Mobile Strike e que contou com participação de 110 policiais civis, foi planejada para atingir o núcleo financeiro e logístico da quadrilha, enfraquecendo as estruturas que sustentam o comércio ilegal de dispositivos.
Os investigadores agora trabalham para descobrir para onde os celulares roubados eram revendidos.