PUBLICIDADE

Oitenta animais do zoológico de Curitiba serão vacinados contra a covid-19 em janeiro

Aplicação ocorrerá com vacina específica que já vem sendo usada nos Estados Unidos. Não há indicação de que animais domésticos transmitam a doença

20 dez 2021 - 10h10
Compartilhar
Exibir comentários

Os animais do Zoológico Municipal de Curitiba devem ser vacinados, a partir de janeiro, contra a covid-19. Felídeos, primatas e mustelídeos foram monitorados desde o início da pandemia pelos pesquisadores do Projeto PetCovid-19, da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

No total, a parceria entre a UFPR e a Prefeitura de Curitiba deve abranger 80 animais com a imunização. O projeto deve utilizar a vacina Zoetis, que vem sendo aplicada nos zoológicos dos Estados Unidos sob a autorização do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Apesar dos estudos indicarem a importância, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), autorizou a importação da vacina somente na última semana.

O coordenador do PetCovid e professor de Medicina Veterinária da UFPR, Alexander Biondo, destacou o trabalho que vem sendo realizado, assim como, o intercâmbio com autoridades veterinárias dos Estados Unidos.

"Houve uma solicitação para o Mapa, que mostrou receio de que isso estimulasse as pessoas a vacinarem seus cães e gatos, mas mostramos que não era isso e os estudos mostraram a importância da vacinação para outros grupos", avaliou.

Biondo explica que se fossem colocados em escalas, as aves e suínos seriam os mais resistentes. Cães e gatos estariam em uma situação intermediária, além dos homens (apesar da resistência há taxa alta de mortalidade, de 2% a 3%) e dos primatas não humanos. Os mais fragilizados nessa cadeia seria os mustelídeos, como os visons na Europa, que transmitiram a doença nas fazendas onde eram criados.

"Inclusive isso provocou uma eutanásia de 14 a 16 milhões de visons por causa da covid", comentou.

O professor ressalta que a covid-19 ao passar de pandemia para endemia pode atingir no Brasil as ariranhas, furões, que são mais vulneráveis, assim como, o hamster. "Imagine se um deles infectado escapa e vai para um reservatório", indaga.

No caso dos cães e gatos, não há comprovação de que eles transmitam aos humanos e houve apenas um caso de morte de cão (Estados Unidos) e gato (Inglaterra). Já entre os felídeos como tigre, onça, leão há relatos de surtos como o ocorrido no Zoo do Bronx, nos Estados Unidos.

O projeto PetCovid-19 - de cães e gatos de tutores positivos - já acontece em São Paulo (SP), Recife (PE), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT) e Belo Horizonte (MG).

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Publicidade