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Novo incêndio atinge boate Quatro por Quatro, no Rio de Janeiro

Bombeiros foram acionados na manhã desta segunda-feira; quatro bombeiros morreram no incêndio que aconteceu na sexta-feira, 18

21 out 2019 - 09h29
(atualizado às 17h11)
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RIO DE JANEIRO - Três dias depois do incêndio que destruiu a boate Quatro por Quatro, no centro do Rio, matando quatro bombeiros, a corporação foi novamente chamada na manhã desta segunda-feira, 21, ao local.

Bombeiros chegaram na rua Buenos Aires às 7h40. Informações preliminares dão conta de um novo foco de incêndio no terceiro andar. No domingo, a polícia tinha passado cerca de três horas no prédio fazendo uma perícia.

Também no domingo, foi enterrado o corpo do sargento Rafael Magalhães Frauches Alves, de 38 anos, no Cemitério Jardim da Saudade, na zona oeste. Ele morreu na madrugada de domingo, no Hospital Central Aristarcho Pessoa, onde estava internado desde sexta-feira. No sábado, já tinham sido enterrados os corpos do segundo sargento Geraldo Ribeiro, do cabo José Pereira Neto e do cabo Klerton G. de Araujo.

Feridos também no incêndio, o capitão David Montserrat Vieira da Cunha continua internado em estado estável e o capitão Thiago Agostinho Dias já recebeu alta.

Investigação

A boate teve acréscimo de mercadorias em seu depósito horas antes do incêndio. Há indícios de que o fogo tenha começado justamente nessa parte do prédio, que fica no último andar.

A informação foi dada por Jorge Mello, promoter que cuida das apresentações artísticas da casa, localizada no Centro do Rio. "O último andar é composto pelo vestiário das frequentadoras, minha sala e da diretoria, e tinha um depósito. Nesse dia chegou muita mercadoria", contou.

Mello afirmou que todos os funcionários estão colaborando com as investigações. Segundo ele, toda a documentação da boate estava em dia. O promoter disse também que "a casa (Quatro por Quatro) também tem interesse em esclarecer esse caso e se compadece com a morte dos bombeiros, que pra nós é a maior tristeza".

A Polícia Civil começou a ouvir depoimentos dos funcionários da Quatro por Quatro nesta segunda-feira. Bombeiros que atuaram no combate às chamas também serão ouvidos.

A primeira fase da perícia foi feita no domingo, mas a causa do incêndio ainda não pode ser esclarecida. Parte da estrutura da boate ruiu em consequência dos danos causados pelas chamas. Por ora, não há indícios de que o incêndio tenha sido criminoso, afirmou o delegado José Luiz Duarte, da 1ª Delegacia de Polícia do Rio.

De acordo com o delegado, o cômodo onde o fogo começou era usado como depósito. Relatos dão conta de que não havia produtos de limpeza nem inflamáveis no cômodo, apenas materiais descartáveis, como copos e talheres.

As investigações, por enquanto, ainda se concentram em precisar as circunstâncias do incêndio. A polícia já colheu depoimentos de funcionários da boate e também vai ouvir bombeiros.

O Corpo de Bombeiros informou que a boate tinha alvará de funcionamento e estava com a documentação em dia.

Com base no exame dos corpos dos três bombeiros mortos na sexta, o laudo do Instituto Médico Legal determinou que os militares foram vítimas de asfixia.

De acordo com o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Roberto Robadey, os bombeiros mortos e feridos inalaram muita fumaça. Os militares, segundo ele, teriam sido sufocados porque o imóvel, antigo, tinha muitas divisórias, o que dificultou a saída rápida.

O incêndio

O fogo começou por volta das 11h30 de sexta-feira, 18. O antigo casarão onde funcionava a Quatro por Quatro - que se apresentava como "spa para homens" e tinha muitas funcionárias mulheres -, estava vazio. O incêndio foi rapidamente controlado num primeiro momento.

O Corpo de Bombeiros abriu uma sindicância em paralelo à investigação da Polícia Civil para tentar esclarecer o caso. Mais de 70 militares de 14 unidades participaram do combate às chamas e evacuação das vítimas, com apoio de 30 viaturas.

Estadão
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